Nalbandian diz quem é o GOAT e lamenta: «Se fosse à final do Australian Open 2006 contra o Federer… ganhava»

Por Nuno Chaves - Dezembro 16, 2025

David Nalbandian foi um dos grandes nomes da primeira década do século XXI, conhecido pelo seu enorme talento e por levar ao limite o Big Three.

O argentino, que foi top 3 mundial, protagonizou um dos torneios mais impressionantes de sempre ao conquistar o Masters 1000 de Madrid de 2007 após bater Rafa NadalNovak DjokovicRoger Federer em rondas consecutivas.

Numa conversa no podcast Clank, Nalbandian recordou essa conquista, falou sobre o GOAT e revelou aquele que é para si o seu maior lamento: o Australian Open de 2006.

DERROTA CONTRA BAGHDATIS NAS ‘MEIAS’ DO AUSTRALIAN OPEN 2006: O MAIOR LAMENTO

Não esperava aquela derrota. Estava a ganhar por 2-0, embora o jogo fosse muito duro. É um jogo que devia ter ganho: voltava a jogar a final com o Federer… e acho que, se tivesse ganho ali, na final, teria voltado a ganhar ao Roger, porque vínhamos do jogo do Masters dois meses antes. São situações que acontecem assim, não há muito a fazer.

TÍTULO EM MADRID, O MAIS IMPRESSIONANTE

Em 2007, vinha de um ano difícil, tinha-me lesionado. Lembro-me de que estava no top 30, mas defendia pontos… se as coisas não corressem bem, podia cair para o 40.º do mundo. No meu segundo jogo tive um match point contra mim, frente ao Berdych. Safei-me desse jogo, estava a jogar muito bem, vinha de jogar muito bem no US Open, de perder contra o Ferrer em cinco sets. Nos torneios indoor sabia que teria oportunidade de jogar muito bem. Nos quartos calhou-me o Rafa. Nunca tinha jogado contra ele. Madrid, com o público… entrei em campo e comecei a sentir-me confortável desde o primeiro minuto, o Rafa também não jogou o seu melhor ténis, a bola fugia-lhe um pouco em altura e eu aproveitei. Com o Nole tinha perdido uma vez em Montréal: sabia que era um jogo superduro, mas vinha com boas sensações, estava a jogar muito bem e ganhei em dois sets. Com o Roger… era o clássico, foi com quem joguei mais vezes dos três. Já me tinha ganho muitas vezes, mas aquele… aquele foi um jogaço. Foi um grande jogo. São coisas que acontecem uma vez na vida e a mim calhou-me essa semana.

QUEM É O GOAT?

Acho que há unanimidade, mas também gostos diferentes. Sem dúvida, o Nole é o melhor. Pelos resultados, pelos números, por tudo. Agora bem: podes gostar mais do Roger e do Rafa, que estão um pouco abaixo a nível numérico, mas que foram muito mais simbólicos para as pessoas. Para mim, o Djokovic é o melhor, sem dúvida. Podes gostar mais ou menos, mas para mim não há dúvidas. Além disso, o Nole ajudou o Roger e o Rafa a continuarem a melhorar e a manterem objetivos. Os três potenciaram-se mutuamente.

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Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.