Nadal rejeita favoritismo em Barcelona: «Isso é uma estupidez, sejamos realistas»

Por Nuno Chaves - Abril 17, 2024

A espera terminou e Rafa Nadal regressou esta terça-feira à competição com uma vitória fácil no ATP 500 de Barcelona e com uma exibição positiva.

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O espanhol mostrou que quem sabe nunca esquece e, no final, a satisfação do antigo número um do mundo era mais do que evidente, ainda assim, recusou qualquer tipo de favoritismo para esta semana.

REGRESSO APÓS TRÊS MESES

O mais importante é ter jogado, o resto é secundário. Até a semana não terminar não vamos saber nada, para mim o importante é que não aconteça nada. Ainda que seja difícil, talvez não seja a semana para falar de tudo o que o coração me diz. Vamos fazer as coisas como melhor conseguirmos, com muita lógica. O encontro de hoje foi positivo, permite-me jogar amanhã novamente. Não sei como vai responder o meu corpo às exigências mas sou realista com o que vivi neste último ano e meio. Veremos até onde chego mas vou tentar não cruzar linhas que não sejam perigosas. De como estou agora a como estava há uma semana é uma mudança importante. Vejo-me competitivo, vejo-me capaz de desfrutar a jogar, tudo isto há uma semana estava bastante longe.

NÍVEL NÃO É UMA SURPRESA

Não creio que tenha sido uma super surpresa, há uma semana e meia seria, porque estava em casa noutras circunstâncias físicas e fadiga mental. A última semana, a nível de treino, senti-me mais ou menos bem, joguei com jogadores de nível, não me senti muito longe. Saio do encontro com uma ligeira confiança de que posso, pelo menos, jogar de igual para igual. Depois ganha-se ou perde-se mas para mim isto é importante para voltar a jogar. Fiz o encontro que tinha que fazer, consegui ganhar em dois sets mas o meu rival também me ajudou com alguns erros. Não é uma grande surpresa jogar a este nível, também não foi um nível surpreendente, foi um nível lógico onde joguei mais ou menos controlado.

TSITSIPAS DIZ QUE NADAL É FAVORITO

É uma estupidez, sejamos realistas, ele sabe que não é assim. Suponho que haja muito respeito ao que fui neste torneio mas todos sabem que já não sou favorito para aspirar a ganhar um torneio. Simplesmente, há uma história que pesa muito nos rivais. Ao dia de hoje não me ponho favorito, talvez neste encontro fosse, é possível, juro que não tenho ideia se era ou não. Também não me importava. Sei que amanhã (contra Alex De Minaur) não sou favorito mas também não me importa. São coisas para vocês, têm que escrever essas coisas, para mim é uma experiência defrontar um jogador de primeiro nível. Será um teste para mim, veremos como respondo.

Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.