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Murray sobre Lendl: «Mandou-me uma mensagem a dizer 'vamos a isso'»
Ivan Lendl era um ex-jogador como tantos outros até ao dia em que Andy Murray decidiu perder a timidez e convidá-lo para fazer parte da sua equipa técnica, convencido de que as semelhanças entre si e o treinador de origem checa acabariam inevitavelmente num casamento duradouro.
De mãos dadas e passo sincronizado, a dupla fez virar muitos olhos à medida que se passeava pelo circuito masculino, confirmando desde cedo que a relação não só funcionava bem como podia dar grandes e importantes frutos. Murray passou de melhor-jogador-a-perder-finais-do-Grand-Slam a verdadeiro-campeão-de-Grand-Slams e, de repente, contratar antigas glórias do ténis virou até moda.
Dois Grand Slams (US Open 2012 e Wimbledon 2013) e uma medalha de ouro depois, Lendl percebeu que a relação com o seu pupilo estava a exigir mais de si do que aquilo que estava disposto a oferecer, e virou as costas ao atual número dois mundial, tornando-se num homem livre. Livre mas muito cobiçado. Tomas Berdych e Grigor Dimitrov tentaram a sua sorte, com tentadoras investidas, mas o ‘sim’ parecia estar reservado para aquele que foi o seu primeiro e único amor enquanto treinador.
“Aconteceu tudo muito, muito rápido. Ele mandou-me uma mensagem ontem [sábado] a dizer: ‘vamos a isso'”, contou Murray à BBC, que rompeu com Amélie Mauresmo há cerca de um mês. “Sempre quis voltar a trabalhar com o Ivan. Não é uma vontade que tenha nascido esta semana ou na semana passada”.
As razões, essas, são muitas e fortes. “Ele é um líder, uma voz forte e nós passámos por experiências parecidas”, acrescentou o escocês, que, tal como Lendl, perdeu as primeiras quatro finais do Grand Slam que disputou antes de conquistar o primeiro grande título.
“Ganhei encontros em que esperava umas palmadinhas nas costas e recebi o oposto. E às vezes perdia encontros e ele dizia-me, ‘sabes uma coisa? Jogaste de forma incrível’. Muitos treinadores dizem-te, ‘grande trabalho’, independentemente de como jogaste, e quando perdes dizem, ”isto foi terrível’. Ele não via as coisas assim”, continuou.
Murray admitiu ainda que a tentativa de reatar o casamento com o treinador com quem conseguiu gerar mais frutos tem também como finalidade ultrapassar aquele que tem sido o seu maior obstáculo no seu caminho, Novak Djokovic.
“Obviamente que o grande objetivo é vencer Grand Slams e o Novak venceu os quatro [últimos]. Portanto, para ganhar esses eventos vou ter de provavelmente passar por ele. Tem tudo a ver com isso”, disse Murray sobre o jogador com quem perdeu as finais do Open da Austrália e de Roland Garros.
Homem que prefere os atos às palavras, Lendl não se alongou nos comentários. “Gostei de treinar o Andy no passado. Sempre mantivemos o contacto, por isso vai ser divertido voltar a fazer parte da sua equipa”. Depois de terem seguido caminhos diferentes em março de 2014, Muray e Lendl têm reencontro marcado a partir de hoje, na relva do Queen’s Club, em Londres, onde o britânico defende o título. Uma parceria que se vai estender, pelo menos, até Wimbledon.
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