Mundial: Portugal repete seleção de cadeira de rodas em Vilamoura

Por José Morgado - Março 30, 2019
A seleção nacional masculina de ténis adaptado será composta pelos mesmos jogadores do ano passado e vai jogar em casa, pelo terceiro ano seguido, uma Fase de Qualificação Europeia do Campeonato do Mundo de Equipas de Ténis em Cadeira de Rodas, torneio que a Federação Portuguesa de Ténis (FPT) e a Premier Sports vão organizar de 2 a 6 de abril, na Vilamoura Tennis & Padel Academy, no Algarve.
 
Se em 2018 a novidade foi a convocação de Francisco Aguiar (488.º classificado no ranking mundial), em 2019 o selecionador nacional decidiu manter o mesmo quarteto de jogadores que integra ainda o tetracampeão nacional Jean-Paul Melo (85.º), o atual vice- campeão nacional e ex-hepta campeão Carlos Leitão (214.º) e João Sanona (246.º), o vencedor do torneio do Jamor do circuito nacional desta especialidade.
 
«O objetivo é melhorar a classificação dos anos anteriores, os nossos jogadores têm mais experiência e estão mais capazes na gestão da pressão de jogar em casa», disse Joaquim Nunes.
 
«Sabemos que esta fase da qualificação europeia tem excelentes equipas, queremos estar ao nível das nossas capacidades e deixar uma imagem de empenho e capacidade de luta pelo melhor resultado possível», acrescentou o selecionador, que desempenha igualmente o cargo de coordenador do programa da FPT para o ténis adaptado.
 
Nos dois últimos anos a gestão da ansiedade de jogar em casa foi fulcral e Portugal foi 13.º e último classificado em 2018 e 10.º em 2017. Joaquim Nunes acredita que a equipa fez a melhor preparação possível.
 
«Fizemos uma boa preparação, com três momentos de trabalho de grupo e (ainda) a participação em três provas do calendário nacional duas do internacional. A prova (internacional) da categoria Future em Vilamoura que antecede a Fase de Qualificação vai permitir acertar os últimos pormenores antes da competição por equipas», frisou.
 
Uma excelente classificação para Portugal seria terminar a primeira fase da Qualificação Europeia no segundo grupo que decide entre o 5.º e o 8.º lugar da classificação final.
 
Trata-se, contudo, de uma tarefa complicada porque a seleção nacional apresenta uma média etária elevada em relação à concorrência e só Jean-Paul Melo, residente no Canadá, está classificado no top-100 do ranking mundial.
 
Veja-se, por exemplo, como em 2018 a nação vencedora da prova masculina em Vilamoura, a Espanha, tinha dois jogadores no top-20, enquanto no setor feminino a Grã-Bretanha triunfou contando com uma atleta do top-10.
 
Para o ano Portugal acolherá ainda mais membros do top-10 de ténis adaptado e essa foi uma das novidades divulgada recentemente por Vasco Costa, o presidente da FPT.
 
«Já nos foi confirmado pela ITF que, no próximo ano, Portugal organizará pela primeira vez a Fase Final do BNP PARIBAS Campeonato do Mundo de Equipas de Ténis em Cadeira de Rodas. Será igualmente ao sol do Algarve. Uma festa que coroará os melhores do mundo», sublinhou Vasco Costa.
 
Pedro Frazão, o presidente da Premier Sports e diretor do torneio, congratulou-se, uma vez mais, por «a ITF ter reconhecido a nossa qualidade organizativa, voltando a entregar-nos este grande evento em Vilamoura pelo terceiro ano consecutivo, ao mesmo tempo que nos atribuiu desde já o grande Mundial de 2020».
 
Em 2019, a Fase Final do BNP PARIBAS Campeonato do Mundo Equipas de Ténis em Cadeira de Rodas disputar-se-á em Ramat Asharon, em Israel, de 13 a 18 de maio e para além do país anfitrião e das outras nações que se apuraram via ranking mundial, houve uma vaga para cada uma das fases qualificativas.
 
Já se realizaram todos os restantes os torneios de qualificação de África, Ásia-Oceânia e Américas. Apuraram-se Estados Unidos, África do Sul e Sri Lanka (Ceilão) para o torneio masculino, África do Sul, Colômbia e Tailândia para a fase final feminina. Vilamoura dará os últimos apurados.
 
Em Vilamoura, à semelhança dos dois últimos anos, estarão 13 nações representadas no torneio masculino (entre os quais Portugal), divididas por quatro grupos. A nação vencedora de cada grupo passará às meias-finais.
 
No torneio feminino verifica-se um aumento de participação pelo segundo ano consecutivo: Em 2017 eram três, no ano passado cinco e este ano seis. Isto significa que, pela primeira vez, teremos dois grupos de apuramento no torneio feminino e não apenas um. As duas primeiras classificadas de cada grupo passam às meias-finais.
 
Em ambos os géneros, só os países que vencerem as finais apuram-se para a Fase Final do Mundial em Israel.
 
Os países em competição nesta Qualificação Europeia são os seguintes: Bélgica, Rússia, Bulgária, Dinamarca, Itália e Turquia no torneio feminino; Croácia, República Checa, Estónia, Alemanha, Áustria, Grécia, Hungria, Portugal, Roménia, Eslováquia, Suíça, Itália e Rússia.
 
O juiz-árbitro do torneio será, pelo terceiro ano seguido, o internacional da ITF Paulo Oliveira.
Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com