Munar só sabe ganhar a Shelton e explica o regresso desses confrontos

Por Rodrigo Caldeira - Outubro 24, 2025
munar
Swiss Indoors Basel

Quando um jogador vence o mesmo adversário três vezes seguidas, é sinal de que algo está a acontecer. Neste caso, algo muito positivo para Jaume Munar (42º) e não tão bom para Ben Shelton (6º). Os dois já se defrontaram três vezes esta temporada e em todas elas o espanhol saiu vitorioso.

Certamente muitos olharam para a ordem dos jogos desta quinta-feira no ATP 500 de Basileia e, ao verem o duelo entre Jaume Munar e Ben Shelton, pensaram que o favoritismo estava do lado do norte-americano. O que teoricamente estava, mas a história entre os dois jogadores é diferente do normal, e voltou a repetir-se. Shelton não conseguiu vencer Munar.

Para compreender melhor este confronto direto, ouvimos as palavras de Jaume Munar aos microfones da Tennis TV.

COMPREENDER O ADVERSÁRIO 

“No ténis, há sempre jogadores cujo estilo de jogo se adapta melhor ao nosso, adversários contra os quais o nosso próprio estilo encaixa de uma forma especial. No meu caso, lembro-me perfeitamente da primeira vez que jogámos, em Xangai 2023, onde cometi o erro de jogar um ténis demasiado curto. A partir daí comecei a estudar melhor os seus pontos fortes, especialmente o serviço, embora ele faça muitas outras coisas muito bem. A verdade é que me sinto confortável quando jogo contra ele. Enfrentar um dos melhores do mundo é sempre algo muito especial, e saio orgulhoso por ter servido e jogado realmente bem”

RESPONDER AO SERVIÇO DE BEN 

“Não é segredo o quão difícil é devolver o serviço de um jogador deste calibre, ele tem um serviço descomunal e coloca sempre imensa pressão nas primeiras bolas. O que se pode fazer contra isso? É preciso começar pelo básico: estar completamente focado e tentar aproveitar todas as oportunidades que surjam, mesmo que às vezes não apareça nenhuma. Hoje consegui fazê-lo bem no primeiro set, não tanto no segundo. E claro, não se pode perder a concentração no próprio serviço, algo que, felizmente, consegui manter à risca”

TRABALHAR A PARTE MENTAL 

“A parte mental é fundamental, é a chave, mas tenho vindo a trabalhar nesse aspeto há muitos anos, especialmente nas duas últimas temporadas. Agora começo a ver que, pouco a pouco, as coisas estão a resultar, que todo o trabalho que tenho feito dá frutos dentro do court, sobretudo no que toca a ganhar confiança durante a competição, o que ajuda imenso em partidas como a de hoje. Sei que o meu ténis está lá, por isso não tenho motivos para não estar tranquilo, embora haja sempre momentos em que se pode perder um pouco o controlo”

Apaixonado por desporto no geral, o ténis teve sempre presente no topo da hierarquia. Mas foi precisamente depois de assistir à épica meia-final de Wimbledon em 2019 entre Roger Federer e Rafael Nadal, que me apaixonei e comecei a acompanhar de perto este fabuloso desporto. Atualmente a estudar Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa.