Moutet admite que errou após atitude bizarra na Davis: «Sinto-me um palhaço!»

Por José Morgado - Novembro 19, 2025

Dia de fortes emoções nas Davis Cup Finals 2025, marcado pela eliminação de França diante da Bélgica. O protagonista negativo da jornada foi Corentin Moutet, derrotado no primeiro ponto da série após um erro grotesco que o irá perseguir durante semanas.

O que fez Moutet? Explica-se depressa. Depois de vencer o primeiro set por 6-2 frente a Raphael Collignon, o segundo estava prestes a seguir para tiebreak. Com 6-5 e 15-15, o francês recebe uma bola simples, ganha alguns segundos extra e, num impulso de fantasia, tenta um golpe artístico: um amortização por baixo das pernas, em halfvolley. O tipo de golpe destinado a correr o mundo — e correu mesmo, mas pelos piores motivos. O erro custou-lhe o jogo, o set e, mais tarde, o encontro. Com a derrota posterior de Arthur Rinderknech diante de Zizou Bergs, França ficou de fora das Davis Cup Finals 2025.

“Esperava esta pergunta, sinceramente, embora não logo a primeira”, confessou Moutet na conferência de imprensa, enquanto o segundo encontro ainda decorria. “A melhor pancada para aquele momento? Não tenho a certeza. A melhor opção? Também não sei. Já fiz isto muitas vezes na carreira: quando corre bem dizem que sou um génio, agora dirão que sou um palhaço. É assim que me sinto.”

O francês atribuiu o erro ao nervosismo: “Foi o stress, a tensão, a emoção. Era um ponto importante. Teria sido mais inteligente acabar com uma volea. Se pudesse repetir, faria outra coisa.”

Moutet reconheceu ainda que será criticado: “É fácil atacar quando as coisas correm mal. Vou tentar não ser demasiado duro comigo, mas sei o que aconteceu.”

Dolorido por falhar à sua equipa, lamentou dececionar o país: “Não jogava só por mim. Há colegas, staff, adeptos. A responsabilidade é enorme.” Concluiu com amargura: “Queria ter estado melhor. Saio muito desiludido.”

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com