Memorável: Zverev e Ruud sobrevivem ambos a tie-breaks de quinto set jogados… em simultâneo

Por José Morgado - Janeiro 18, 2024

Quando se for fazer o balanço da temporada de 2024, daqui a uns meses, um dos momentos mais memoráveis será seguramente aquela madrugada (em Portugal) de dia 18 de janeiro na qual Alexander Zverev, número seis do Mundo, e Casper Rudd, 11.º ATP, dois finalistas de Grand Slam, sobreviveram a match tie-breaks de quinto set disputados… ao mesmo tempo, a caminho da terceira ronda do Australian Open. E tudo isto quando à mesma hora também Francisco Cabral resistia a um tie-break no set decisivo da sua primeira ronda de pares ao lado do britânico Henry Patten.

Zverev, campeão olímpico e com crença de que este poderá vir a ser o seu primeiro Major, sofreu a bom sofrer para derrotar o qualifier eslovaco Lukas Klein, número 163 ATP e a jogar apenas o seu segundo quadro principal em Grand Slams: 7-5, 3-6, 4-6, 7-6(5) e 7-6(10-7) foram os parciais de um triunfo memorável, fechado ao cabo de… 4h30. O alemão esteve muito perto de perder quer em quatro sets, quer em cinco, mas sobreviveu aos 80 (!) winners do tenista de leste para marcar duelo com o jovem norte-americano Alex Michelsen, de 19 anos, na terceira ronda. Michelsen eliminou o checo Jiri Lehecka (23.º ATP e quartofinalista em 2023), por 3-6, 6-4, 6-4 e 6-4, atirando o checo para fora do top 30.

Já Casper Ruud, que nunca foi particularmente feliz neste torneio, também teve de suar durante quase quatro horas para levar a melhor sobre o local Max Purcell, 45.º ATP e na melhor forma da sua carreira. O nórdico impôs-se por 6-3, 6-7(5), 6-3, 3-6 e 7-6(10-7) e vai agora em busca de cumprir uma interessante tradição. É que nos oito Grand Slams anteriores Ruud ou perdeu na segunda ronda ou foi… à final. A segunda ronda está ultrapassada em Melbourne…

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt