Marat Safin deixa lembrete à nova geração: «Isto é só um jogo»

Por admin - Dezembro 8, 2016
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Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu fiz. Marat Safin não foi propriamente um exemplo de bom comportamento em court nem um modelo na forma como geriu o seu imenso talento, mas é precisamente por isso que o russo de 36 anos se acha no dever de dar conselhos aos jogadores da nova geração.

“Simplesmente não conseguia guardar as coisas para mim, porque estava a ferver por dentro; ultrapassei os limites. Olhando para trás, não gostei nada do que fiz em alguns momentos”, começou por dizer o ex-número um ao Strait Times, de Singapura, onde se encontra a disputar a IPTL.

“Há uma linha muito ténue que podemos ultrapassar quando não estamos satisfeitos com o que fazemos. Quando começamos a julgar-nos e a analisar negativamente as nossas atitudes acabamos por perder o controlo das nossas emoções”, acrescentou.

Numa introspectiva viagem ao passado, Safin falou da pressão que carregou nos ombros até conquistar o Open da Austrália, em 2005, quatro anos depois de ter singrado no Open dos Estados Unidos. “Foi um alívio. Pensei que seria mais um desses jogadores que vencem um Grand Slam por engano e depois não conseguem ganhar mais nada”.

“Sentei-me nos balneários e disse para mim, ‘obrigada, Senhor, obrigada, eu consegui’. Em vez de aproveitar o momento, eu estava a sofrer. É por isso que eu não quero que os miúdos sofram, porque isto é apenas um jogo. Aceitem os erros. Às vezes, a verdade dói, mas aprendemos com isso, crescemos e tornamo-nos mais maduros. A vida serve para aprender. Aprendemos todos os dias, até ao último dia”, frisou Safin.