This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.
Lagos: «Dakar rebentou com tudo, fui ao fundo mas resolvi arrancar de novo»
Numa entrevista realizada pelo Diário de Notícias, João Lagos falou do passado, do presente e do futuro. O ex-diretor do Estoril Open está de volta aos negócios e já tem novo projeto planeado, a Copa Ibérica Spring Sports Festival.
“Fui ao fundo. Mais falido menos falido, meio reformado e um bocado enxovalhado, mas agora resolvi arrancar de novo.” Sem capacidade monetária para montar o projeto sozinho, Lagos aliou-se ao Jamor, a antigos colaboradores e a Roberto Durão, atleta olímpico de pentatlo. “Vai ser completamente informal, sem bilhetes. É preciso que o São Pedro ajude nesses quatro dias do fim de semana de Páscoa, para ir muita gente.”
O evento vai realizar-se no Jamor e trata-se de um upgrade da antiga Copa Ibérica. Para além do tradicional torneio de ténis de veteranos, o evento vai reunir mais modalidades, como o golfe, râguebi, e hóquei, e ainda um palco com música com roulottes de street food e stand ligados à saúde.
Apesar do entusiasmo, João Lagos avança com prudência: “Quero recomeçar devagar, a pulso e aproveitar a disponibilidade e boa vontade dos colaboradores que entendem estar comigo e ajudar-me a subir, que reconhecem que fui importante para eles, como eles o foram para mim. Vamos tentar pôr este evento de pé. (…) Vamos ver o efeito. Pode ser trampolim para outras iniciativas, mas com mais cuidado, sobretudo na gestão financeira.”.
O empresário não esquece os problemas que o levaram à falência e a perder a gestão do único torneio ATP disputado no nosso país: “Tínhamos a empresa bem estruturada, mais de 80 pessoas a trabalhar, fazíamos muitas coisas naquela altura – ténis, golfe, hipismo, a vela veio mais tarde. Quando o Dakar estoirou, em 2008, e foi um estrondo monumental, rebentou com tudo.” Na altura fez de tudo para que o evento não fosse cancelado, até porque já tinha investimentos realizados a contar com o retorno do Dakar. “Talvez tenha acelerado demais, estava a contar com esse cash-flow… e de repente fiquei sem chão. Prejudicou a minha vida toda.”
Ainda assim, João Lagos não desistiu e foi apenas em 2014 que se viu obrigado a abandonar todos os seus projetos. Lagos ainda tentou criar uma sociedade com Benno Van Veggel, que faz parte da atual gestão do Estoril Open, mas viu a sua proposta recusada.
O torneio está agora nas mãos da 3Love, que pertence à U.COM, a Van Veggel e à Polaris. A substituir João Lagos como diretor do torneio está João Zilhão, antigo protégé de Lagos: “Ele começou comigo, a apanhar bolas, eu estava a preparar tudo para ele me suceder… Sou muito amigo da família, do pai dele. Foi uma traição.”
Para Lagos o importante é seguir em frente, e trabalhar, pode fazê-lo em qualquer lado: “Faço o que tenho a fazer onde estiver; tenho o computador, o iPad, estes telefones modernos. Quando comecei, havia poucas hipóteses de recorrer a outsourcing, nós é que tínhamos de inventar e fazer: os serviços VIP, o vallet parking, coisas que acrescentam estrelas aos eventos. Hoje sou capaz de fazer quase tudo sozinho, contrato o que preciso fora. Há muita miudagem muito querida que cresceu na minha empresa e entretanto criou negócios.”
- Categorias:
- Fora de Linhas