Kyrgios quer acabar a carreira aos 28 ou 29 anos: «Sei que estou nas últimas etapas»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Julho 2, 2021
Foto: EPA

Nick Kyrgios tem apenas 26 anos, mas está quase… no fim da carreira. Pode parecer louco afirmar isto, mas a verdade é que foi o próprio australiano, atual número 60 do ranking ATP, a garantir que sente que o corpo já lhe está a dizer para parar nos próximos anos. E falta muito menos tempo do que se possa pensar.

“Decidi não meter pressão a nível de resultados, só quero desfrutar do jogo. Tenho a minha namorada comigo, estou feliz e ainda posso jogar a um nível alto. Trabalhei imenso nas últimas semanas para me preparar para jogar aqui e não foi fácil encontrar motivação para isso pelo facto de não ter treinador. Sei que posso competir ao máximo nível, mesmo tendo chegado aqui com pouca preparação porque sou uma pessoa mais madura agora. Estou há muito tempo no circuito, sei que estou nas últimas etapas da minha carreira”, afirmou, deixando todos perplexos.

Mas, afinal, porquê acabar tão cedo? Kyrgios explica sem tabus. “Não amo este desporto como as lendas. Sinto que Federer, Nadal e Djokovic não podiam viver sem o ténis, é o seu primeiro amor, e não digo isto como crítica nem nada que se pareça. No meu caso, esse primeiro amor foi o basquetebol, mas não pude cumprir o meu sonho. A mim não resulta levantar-me a cada a pensar como posso melhorar. Recebi muito ódio de muita gente e não é fácil gerir isso. Quero fazer muitas coisas más além de jogar ténis e coloquei a meta de me retirar aos 28 ou 29 anos porque quero aproveitar os melhores anos da minha vida com a minha família, companheira e amigos”acrescentou.

Mas ainda havia um pouco mais. “Sinto que trabalhei duro e tenho todo o direito de escolher o que fazer com a minha vida. Sei bem que não vou jogar tantos anos como o Big Three, mas nunca se sabe. Talvez me vejam por aqui com 33 anos por ter recebido um wildcard para o torneio”, rematou.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt