Kyrgios como favorito: «Estes tipos que ganharam múltiplos Grand Slams são uns animais!»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Janeiro 14, 2023

Nick Kyrgios entra no Australian Open mais uma vez com os holofotes postos em si. Afinal de contas, o vice-campeão de Wimbledon joga em casa e são muitas as expectativas de que posso brilhar em Melbourne Park. Kyrgios reconhece que sente a pressão e espera estar à altura do acontecimento.

COMO CHEGA AO AUSTRALIAN OPEN

Esta fase do ano é muito para um jogador como eu, com a pressão e as expectativas. É preciso gerir o corpo. Novak é um bom exemplo disso, os melhores estão sempre a gerir. A temporada de ténis é muito comprida. Mas sinto-me relativamente bem. Não diria fresco, mas emocionado por estar aqui de novo. Estou ansioso para ver como tudo vai correr. Sempre fui um jogador que não precisa de demasiados encontros. Na época passada joguei 12 ou 13 torneios e senti que era muito ténis. Vou ter sempre isso na cabeça. Há muita gente com hipóteses e fala-se sempre de mim como favorito.

SENSAÇÃO COMO FAVORITO

Toda a gente quer alcançar a posição no seu desporto ou profissão em que é um dos melhores, ter essas expectativas e pressão. É um privilégio ir para o court e sentir que a Austrália quer que eu ganhe e seja um dos favoritos. Estreei-me aqui há oito ou nove anos com um wild card. Ver como a minha carreira se desenrolou até ao ponto em que se espera que ganhe e chega longe é uma boa sensação. Também há muito stress. É difícil concentrar-me no que tenho de fazer.

FINAL DE WIMBLEDON

Foi um momento especial, mais de alívio do que outra coisa pelos comentários de que não era capaz de estar bem nos Grand Slams. Sempre soube que tinha nível. Ser capaz de o conseguir de forma consistente foi sempre o problema. Aprendi como é stressante chegar à final de um Slam, lidar com o ruído exterior, os compromissos com a imprensa, o equilíbrio dentro e fora do court, a recuperação. Estes tipos que ganharam múltiplos Grand Slams são uns animais, não só fisicamente, mas também mentalmente. Foi um grande alívio ver que sou capaz de mostrar o meu nível num Grand Slam.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt