Kicker e o regresso ao circuito: «Vejo a luz ao fundo do túnel»

Por Tiago Ferraz - Março 24, 2020
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O tenista argentino Nicolas Kicker tem passado por momentos complicados após ter sido suspenso em 2018 depois de ter sido apanhado num esquema de viciação de resultados:

«Vejo a luz ao fundo do túnel. Obviamente que já passei pela pior parte, que foi toda a exposição mediática que tive antes de jogar Roland Garros. Eu já tinha tinha um processo antes e, obviamente, já estavam a investigar-me. Nunca pensei que tivesse tanta repercussão. Desde o primeiro dia da suspensão eu sempre soube que tinha que voltar ao circuito, tinha que continuar a competir e a treinar. Durante este tempo, tive muito que fazer, corri quatro maratonas, fizemos um campo de futebol no clube da minha família, um court para treinar e também estudei inglês. Além disso, sou pai e quando és tenista viajas 27 semanas por ano e nesse sentido isso foi muito importante», revelou.

Kicker, que já passou pelo Millennium Estoril Open em 2018, revelou ainda que teve muita dificuldade em contar o que se passou ao seu filho:

«Contar ao meu filho foi o momento mais difícil, de verdade, é diferente de contar a um amigo. Tinha que dizer a verdade. Contei com palavras ‘meigas’ para que ele me entendesse e ele entendeu e disse-me: “Bem, agora vais poder estar mais tempo comigo”. Viu logo o lado positivo», disse, citado pelo Punto de Break.

O tenista argentino lembra a situação por que passou:

«Lembro-me que nesse momento estava a subir no ranking, fui a duas finais em challengers, mas tinha muito pouco dinheiro. Ainda assim, continuava a pedir dinheiro aos meus pais, não podia viajar com o treinador para os torneios e não podia fazer bem as coisas ao ter um filho. Por isso, cometi esse erro. (…) Ainda hoje os meus pais têm muita dificuldade em entender, eles davam-me muito dinheiro, mas eu não queria continuar a depender deles. Naquele momento tinha um filho de um ano e estava a separar-me, mas isso não é justificação», revelou.

Jornalista de formação, apaixonado por literatura, viagens e desporto sem resistir ao jogo e universo dos courts. Iniciou a sua carreira profissional na agência Lusa com uma profícua passagem pela A BolaTV, tendo finalmente alcançado a cadeira que o realiza e entusiasma como redator no Bola Amarela desde abril de 2019. Os sonhos começam quando se agarram as oportunidades.