Jogador brasileiro conserta raquete com super cola 3 para poder jogar qualifying do Rio
Houve um tempo em que João Pedro Sorgi, número oito brasileiro e 344.º do ranking mundial, tinha mais com que se preocupar do que com raquetes. Agora, ao contrário do que aconteceu enquanto era júnior, o brasileiro de 23 anos tem não só de meter a mão ao bolso para comprar o seu principal instrumento de trabalho como de meter mãos à obra para consertá-lo quando os imprevistos assim o exigem.
Quando se preparava para disputar a fase de qualificação do Rio Open, cujo quadro principal arrancou esta segunda-feira, Sorgi apercebeu-se de que as suas raquetes, prontas a estrear, não podiam ser utilizadas. Sem meias medidas, o jogador de São Paulo entrou na sala de imprensa, pronto a inverter os papéis: “alguém tem Super Bonder [cola super 3]?”. A história foi contada por Sorgi ao Break Point Brasil.
“Acabei de comprar quatro raquetes, nos Estados Unidos, e estavam novas”, começou por revelar. “Estava a treinar e o cabo, a ponta do cabo, chegou a soltar-se. Fui ver o cabo das quatro raquetes e estavam [todas] partidas. Como eu estava em cima da hora, tentai fazer algo para arranjar a raquete, de urgência, para poder jogar”, acrescentou Sorgi, frisando que não foi a primeira vez que aconteceu.
“Já tinha acontecido comigo antes, com as minhas raquetes antigas. Até comprei raquetes novas para evitar jogar com raquetes com o cabo partido. E em duas semanas, os cabos partiram… Consegui colar, meti uma fita e deu tudo certo (risos)”. O tipo de situação que seria de dispensável, mas que, ainda assim, afetam o número oito basileiro.
“É muito importante que o material esteja em dia, óbvio, mas é o tipo de coisa com que tem que se lidar. Não é algo que influencie diretamente o resultado, porque eu consegui deixar as raquetes em condição de jogar, não é? Se não, obviamente que poderia influenciar, mas não foi isso que aconteceu”.
“Não há nada que eu possa fazer em relação a isso. Já tentei algumas vezes pedir patrocínio”
A jogar com raquetes Wilson há “dois, três anos”, Sorgi continua sem conseguir assinar contrato com a marca norte-americana, ou com qualquer outra. “Tentei falar com o pessoal do Brasil e rapidamente fui descartado (risos). Depois, eu tentei ainda estabelecer contacto com o pessoal de fora, porque eles são mais abertos a esse tipo de opção. Mas também não consegui”.
“Não há nada que eu possa fazer em relação a isso. Já tentei algumas vezes pedir patrocínio. Mesmo agora que estava com ranking melhor, também tentei e não consegui, não tive sucesso. Vou atrás das minhas coisas…”, concluiu Sorgi, que foi travado na primeira ronda do qualifying do ATP 500 brasileiro por Arthur De Greef, campeão do Porto Open em 2015.