João Sousa: «Não é a variante em que mais aposto, mas estou contente»

Por José Morgado - Maio 9, 2019

MADRID. ESPANHA. João Sousa, o melhor tenista português de sempre em singulares e pares, alcançou esta quinta-feira mais um resultado inédito na sua carreira, ao chegar pela primeira vez às meias-finais do Masters 1000 de Madrid, em Espanha, acompanhado pelo seu amigo argentino Guido Pella. Sousa, que tem alinhado ao lado de vários parceiros diferentes em 2019, admite que a exibição que a dupla luso-argentina protagonizou diante de Marcelo Melo e Lukasz Kubot… foi muito boa.

“Temos jogado a um bom nível. Tenho jogado a bom nível com diferentes parceiros. Já joguei com o Diego [Schwartzman], com o Leonardo [Mayer], com o o Guido [Pella] e a verdade é que hoje fizemos um encontro incrível, jogámos a um nível muito alto, taticamente muito bem e as coisas saíram bem”, confessou-nos logo após o encontro, antes de explicar a razão pela qual tem trocado tantas vezes de parceiro. “Tem a ver com o ranking. Nos Grand Slams é mais fácil entrar com o Leonardo porque o ‘cut’ é mais alto. Era para jogar mais vezes com o Pablo mas ele lesionou-se, em Monte Carlo falei com o Diego e aqui de novo com o Guido. Em Halle também vou jogar com ele. É bom jogar ao lado de amigos, porque no fundo é isso que todos eles são.”

O vimaranense de 30 anos, que vai tornar-se no primeiro português a entrar no top 25 da variante, não diz estar particularmente surpreendido com os resultados que tem feito no último ano na variante. “Não estou surpreendido. Nunca apostei tanto como neste último ano e meio. Estando focado e fazendo as coisas bem os resultados acabam por aparecer. Acho que tenho um bom nível em pares.”

Sousa não esconde a felicidade de chegar ao fim-de-semana num Masters 1000. “Estou muito contente. É claro que não é a variante que mais aposto mas é sempre bom e dá confiança para os singulares que é a variante que eu aposto mais e que espero voltar aos bons resultados. Não tem corrido tão bem, mas temos trabalhado bem e oxalá possa voltar aos bons resultados.”

O número um nacional concorda com o treinador Frederico Marques, que defende que a confiança para singulares e ganha mais em treino, mas admite que tem melhorado alguns aspetos técnicos com a intensificação da aposta nas duplas. “Os pares ajudam-me nos singulares, no serviço, na resposta, nos volleys. Sinto-me mais à vontade nesses aspetos do jogo. Sinto-me mais completo. A variante de pares é muito diferente taticamente, mas temos treinado bem e temos feito as coisas bem para que os resultados reapareçam.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt