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João Monteiro: «No 5-1 ninguém acreditava que ia ganhar, acho que nem eu acreditaria»
João Monteiro esteve a dois pontos de assegurar em dois sets a qualificação para a segunda ronda do qualifying do Millennium Estoril Open 2018 mas não os conseguiu concretizar e deixou a decisão do confronto com Stephane Robert para terceira partida. Esteve em grandes dificuldades e, apesar de confessar não saber bem como, conseguiu recuperar do 5-1 para conquistar a vitória, por 6-3; 6-7 (5) e 7-6 (4), num Estádio Millennium “quase cheio num domingo de qualifying”, como destacou o jogador natural do Porto.
Explicação? “Nem eu sei. Estive mais uma vez a dois pontos de ganhar o segundo set, tal como aconteceu na América do Sul, e, perdendo, depois foi muito difícil entrar no terceiro. Senti que estava com menos energia, mas julgo que ele também a dada altura baixou um pouco o nível. E a partir do 5-1 ganhei um pouco mais de energia, as pessoas deram-me também mais força, ficou um bom ambiente e comecei a falhar menos. Penso que essa foi a chave”, justificou Monteiro, revelando ainda ter pensado numa estratégia mental adquirida junto de um psicólogo aquando da sua passagem pelos EUA.
“Ele dizia: o autocarro vai passar e vai ter bons e maus passageiros. Nós vamos ouvir os maus passageiros e temos de continuar em frente e não ficar presos aos maus pensamentos. E é a forma como lidamos com eles, com os maus pensamentos, que faz a diferença. E acho que isso foi muito importante e fez-me não desistir, mesmo estando muito cansado e com algumas cãibras, somente pelo nervosismo porque estou bem fisicamente.”
Garantida a presença no confronto da segunda ronda, agendado para segunda-feira contra o espanhol Ricardo Ojeda Lara, João Monteiro festejou efusivamente, como se da conquista de um título se tratasse. “Foi um misto de emoções. No 5-1 ninguém acreditava que ia ganhar. Acho que nem eu acreditaria muito, mas sei que pode acontecer até ao último ponto. Depois de ceder o segundo set e estar a perder 5-1, acabei por dar a volta com tantas pessoas a ver e a apoiar, o festejo no final foi um momento de descompressão. Sei que não passa de uma primeira ronda do qualifying mas tem enorme significado para mim por tudo o que já passei no mundo do ténis”, frisou o jovem de 24 anos.
Profissional há menos de dois anos, Monteiro garante nunca ter conquistado um triunfo tão relevante na ainda curta carreira. “São seis pontos que contam para o próximo ano para o ATP. É uma primeira ronda do qualifying e para muitas pessoas não significa muito, mas para mim tem um enorme significado. Foi provavelmente o melhor momento que vivi enquanto tenista e foi, sem dúvida, a melhor experiência que tive até hoje”, confessa, destacando alguns dos aspetos que tornam o sucesso deste domingo memorável. “Foi uma vitória frente a um jogador que já foi top-50 do mundo [2016], neste estádio quase cheio e num domingo de qualifying com tantas pessoas como, se calhar, nunca se viu na historia de Estoril Open”.
Apesar da entrada com o pé direito na quarta edição do Millennium Estoril Open, o número seis da hierarquia nacional diz não estar a viver a melhor fase da sua carreira. “Estou perto do meu melhor ranking, mas isso deve-se ao ano anterior. Na américa do Sul sofri algumas derrotas que me marcaram muito e tem sido duro, mas arranjei forças não sei bem onde e, algo intrínseco e sem pensar muito no assunto, as coisas acabaram por ser positivas.”
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