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De “grão em grão” o jogador “enche o papo”
A presença de um jogador português no circuito do World Padel Tour (WPT) custa, em média, cerca de 20 mil euros. Estimativa feita com base na experiência de Diogo Rocha, Ana Catarina Nogueira e Vasco Pascoal, e um orçamento, garantem, humilde.
“Não ganhamos dinheiro a jogar o circuito. Ganhamos a vida a dar aulas! No WPT tentamos não ter gastos. Mas se estivermos muito tempo fora a jogar torneios, não damos aulas, logo não ganhamos”, afirma Diogo Rocha, o melhor jogador português na cena internacional masculina.
O valor global de 20 mil euros, quando comparado com outras modalidades, não é muito significativo mas é tão difícil de adjudicar quanto um patrocínio bem mais elevado a um atleta de outra especialidade. “A pouca visibilidade do padel nos meios de comunicação, o pouco conhecimento da modalidade e o fato de não ter ainda grande expressão a nível europeu, exceção feita a Espanha e Portugal, não ajuda”, explica Ana Catarina Nogueira, antiga tenista profissional com uma vasta experiência em outra atividade desportiva.
E se o orçamento global pode parecer “irrisório”, o valor pedido por um dos jogadores portugueses para representar a marca nas competições nacionais e no circuito do WPT não difere muito. “Varia conforme as pretensões da marca, que pode querer incluir nas negociações clínicas de padel por exemplo. Mas, em termos gerais, o valor para usar um logotipo de uma marca na manga é mais barato, do que à frente ou nas costas da camisola”, esclarece Pascoal. E estamos a falar de que valores concretamente? “Entre 3500 euros e 5500 euros”, aponta. “Entre a 4 mil euros e 5 mil euros já é um bom patrocínio, mas também se pode apoiar os jogadores por valores inferiores. Só mudam as condições e o logotipo, por exemplo vai para a manga da camisola” acrescenta Rocha.
Por esta altura, os jogadores tentam reunir condições financeiras para disputar a temporada de 2017 no WPT e cumprir um sonho, sabendo de antemão que, em caso de sucesso, ou seja entrada nos quadros principais dos torneios, não vão ganhar nenhuma fortuna. Apenas concretizar objetivos e escrever história para o padel português. “Durante a pré-prévia não recebemos nada, mesmo em caso de vitória. Se vencermos a última ronda da prévia de um Open recebemos cerca de 230 euros. E um triunfo numa ronda de um Open equivale a mais ou menos 400 euros. Mas esses prémios ainda são sujeitos aos impostos”, detalha Diogo Rocha, enquanto Ana Nogueira estabelece o paralelo com os prêmios monetários praticados nas provas femininas do WPT. “A presença na primeira ronda de um Open representa um prêmio na ordem dos 170 euros e em caso de vitória 250 euros. Valores ainda sujeitos a impostos.”
Atendendo à dificuldade de angariar poucos e “significativos” patrocínios, a estratégia dos jogadores portugueses passa por reduzir custos, através de apoios em géneros, seja com material, fisioterapia ou suplementos energéticos, entre outros, e de “grão em grão” tentar reunir condições para jogar o WPT, realizando assim um sonho e ter a possibilidade de representar uma nação, Portugal.
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