Gilles Muller: «O período em que estive lesionado ajudou-me muito»

Começa a ser algo normal no ténis vermos os trintões a atingirem o melhor nível das suas carreiras nessa fase da vida, algo ao qual Gilles Muller também não escapa. Além dos títulos, o luxemburguês atingiu o ranking mais elevado da sua carreira, ao chegar ao número 26. Ele que, sofreu bastante ao longo da carreira com sucessivas lesões, como a de 2013 no cotovelo.

“Quando tive a última lesão, pude trabalhar duro fisicamente durante seis meses, porque tinha os meus problemas no cotovelo, mas podia fazer outras coisas, só não podia jogar ténis”, referiu Muller. “Penso que agora estou a ser compensado por isso. Nunca mais pude treinar fisicamente dessa forma, porque a época começa em janeiro e termina em novembro. Ou seja, nunca tens seis meses para esse tipo de trabalho”.

De seguida, Muller compara a sua situação com a de Roger Federer. “Podem ver pelo Roger, é o mesmo exemplo. Ele tirou uns meses para estar a trabalhar duro, coisa que provavelmente nunca fez durante a carreira”. O luxemburguês acredita mesmo que esse período menos bom é o responsável pela sua boa forma atual. “Desde essa altura joguei sempre sem interrupções, penso que esse período me ajudou muito. Conseguir jogar durante tanto tempo deu-me confiança e, claro, agora confio no meu corpo”.

Nesta época Muller conseguiu conquistar os seus primeiros títulos da carreira, em Sydney e em ‘s-Hertogenbosch, além da final no Estoril, algo que o deixa bastante orgulhoso. “Foi algo pelo qual estive a trabalhar a minha carreira inteira, ou seja, 16 anos. Podem imaginar o peso que tinha sobre os meus ombros para conseguir o primeiro troféu. Agora já não sinto a mesma pressão que sentia quando jogava uma final”, refere. O luxemburguês, recorde-se, perdeu as primeiras cinco finais que disputou.