Gasquet promete continuar a lutar: «Não tenho problemas de ego nem de motivação»
Richard Gasquet não desiste de tentar deixar a sua marca no ténis mundial, ainda que agora tenha 37 anos e esteja longe do ranking de outros tempos. O francês chegou à final de um Challenger na semana passada e agora voltou aos triunfos ATP em Doha, sendo que promete continuar a lutar e a fazer sobreviver a magia da esquerda a uma mão.
O SEU MOMENTO DE FORMA ATUAL
Já não tenho margem nenhuma sobre os outros. Tenho de estar realmente bem para ganhar. Antes conseguia ganhar as minhas primeiras rondas a jogar a 60 por cento, mas agora se não estiver a 110 por cento tanto na parte mental como física, não vou ganhar nem um encontro. Isso é o mais complicado.
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OBJETIVO A CURTO PRAZO
O objetivo é voltar ao top 100, mas vai ser difícil porque há que fazer muitos encontros. Sei que é difícil voltar. Podes ter o nível, mas não é fácil consegui-lo. Já estou contente por ter ganho alguns encontros na semana passada e aqui também, mas vai ser complicado. Em qualquer dia sou capaz de derrotar jogadores muito bons, mas para voltar ao top 100 há que jogar muito e ganhar muito. Já não tenho 25 anos, o top 100 é mais forte do que antes, mas se fores bom consegues passar essa barreira.
SEM PROBLEMAS DE MOTIVAÇÃO
Para mim não é difícil dar tudo, não tenho problemas de ego nem de motivação. Estou no meu ranking. Se não o suportasse teria que deixar de jogar. Desfrutei até na semana passada no Challenger. Não vou fazer isto o resto da minha vida. Vou fazer 38 anos e tenho a sorte de poder jogar um pouco mais, então é um prazer. Se continuo é pelo prazer de jogar, não pensei que fosse jogar tanto tempo. É inconcebível para mim quando tinha 16 ou 17 anos. Achava que me ia retirar aos 30.
ESQUERDA A UMA MÃO DESAPARECE DO TOP 10
É difícil dizer isto, mas faz parte do jogo atual. Há muitos tenistas que batem forte com duas mãos e bastante plano, à altura dos ombros, com bolas pesadas. Tornou-se um estereotipo do jogador moderno. Espero que no futuro haja mais esquerdas a uma mão. Hoje em dia vemos menos, embora tenhamos o Grigor Dimitrov, Stefanos Tsitsipas e Denis Shapovalov, que têm tudo para triunfar. Precisamos da esquerda a uma mão. Não digo porque eu a tenho, mas porque é uma pancada que traz mais variedade ao jogo, é uma pancada mais técnica. Por isso é que temos saudades de Federer.