Fritz e Shelton explicam as razões do crescimento do ténis norte-americano: «Puxamos uns pelos outros»

Por Rodrigo Caldeira - Junho 13, 2025

O atual número 7 do ranking, Taylor Fritz, e o número 12, Ben Shelton, procuram uma explicação para o bom momento de forma do ténis norte-americano, após um Roland Garros muito positivo.

Depois dos históricos anos de Pete Sampras e Andre Agassi no final dos anos 90 e início dos anos 2000, e do sucesso precoce de Andy Roddick, o ténis masculino norte-americano passou por um longo “deserto” até ao surgimento do Big 3. Agora, parece finalmente começar a despertar, pouco a pouco, com as figuras de Taylor Fritz e Ben Shelton.

No feminino, o ténis dos Estados Unidos viveu duas décadas de domínio com Serena Williams e procura agora dar continuidade com Coco Gauff, campeã de Roland Garros, e Madison Keys, vencedora do Open da Austrália 2025.

Atualmente, dois dos principais representantes no circuito masculino são Taylor Fritz e Ben Shelton, e ambos têm tentado explicar as razões deste bom momento do ténis no seu país.

FRITZ E SHELTON, MÁXIMAS FIGURAS DO TÉNIS NORTE AMERICANO

Com o início da temporada de relva, Taylor Fritz — que no ano passado alcançou os quartos de final em Wimbledon — partilha as boas sensações que sente nesta superfície:
Desde os tempos de júnior que me sinto muito confortável a jogar em relva. Sempre gostei desta superfície e acho que se adapta muito bem ao meu estilo de jogo”

Além disso, explicou as possíveis razões para o bom momento do ténis norte-americano:
“Acho que agora temos várias gerações de jogadores. Na minha geração, evoluímos muito ao longo dos anos, puxando uns pelos outros. Acredito que isso nos ajudou a todos”

Ben Shelton, que brilhou em Roland Garros ao chegar aos quartos de final, também deu a sua perspetiva:
“Suponho que todos aparecemos mais ou menos ao mesmo tempo, e quando um de nós conseguia um bom resultado, os outros sabiam que também podiam conseguir. Foi isso que nos trouxe até onde estamos hoje, e talvez tenha motivado também a próxima geração.”

O tenista de Atlanta, atualmente no 12.º lugar do ranking, acredita que o melhor ainda está por vir:
“Acho que é sempre uma viagem, um processo. Nunca senti que tinha chegado ao topo. Quero sempre mais: continuar a evoluir, alcançar melhores resultados, melhorar pequenos aspetos do meu jogo. Há sempre algo a esperar, algo em que possas evoluir. Jogamos um desporto onde é impossível ser perfeito. Por isso, há sempre algo que se pode fazer melhor.”

Shelton referiu-se ainda ao período de travessia no deserto vivido pelo ténis norte-americano, que ficou órfão de líderes depois das eras de Sampras, Agassi e Roddick:
“Demorou muito a chegar. Temos tanto talento, tantos grandes jogadores que podem brilhar nos grandes palcos.”

E valorizou os resultados alcançados em Paris:
“Foi tudo ao mesmo tempo em Roland Garros. Sei que queremos chegar ainda mais longe nos Grand Slams: oitavos, quartos, meias-finais… queremos vencer. Estou entusiasmado com o ténis norte-americano. Estamos numa excelente posição. Há muita expectativa em torno do ténis dos Estados Unidos e adoro fazer parte disso”, afirma Shelton, orgulhoso não só pelos seus resultados como pelos dos seus compatriotas, mas com ambições ainda mais altas para recolocar os Estados Unidos no topo do ténis mundial.

Apaixonado por desporto no geral, o ténis teve sempre presente no topo da hierarquia. Mas foi precisamente depois de assistir à épica meia-final de Wimbledon em 2019 entre Roger Federer e Rafael Nadal, que me apaixonei e comecei a acompanhar de perto este fabuloso desporto. Atualmente a estudar Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa.