Francesca Jones: tem oito dedos nas mãos, sete nos pés e está a triunfar no Australian Open

Por José Morgado - Janeiro 11, 2021
jones

Francesca Jones, jovem tenista britânica de 20 anos, poderia ser apenas mais uma jovem a estrear-se em torneios de Grand Slam esta semana no Dubai, onde excecionalmente se joga a fase prévia do Australian Open. Mas não é. A atual número 241 do ranking mundial nasceu com uma displasia ectodérmica rara e só tem 15 dedos: quatro em cada mão, três no pé esquerdo e quatro no pé direito. Mas isso não a impede de continuar a sonhar com uma carreira ao mais alto nível numa modalidade tão exigente como ténis.

Esta segunda-feira, no Dubai, Jones impressionou ao derrotar em apenas dois sets a romena Monica Niculescu, antiga top 30 mundial, por 6-3 e 6-2, mostrando ao Mundo — e a quem duvida dela — pela ‘enésima’ vez que está mesmo disposta a contrariar todos aqueles que lhe têm dito que o ténis… não é para ela.

Jones, que já foi operada inúmeras vezes ao longo da sua vida, sempre teve jeito para o ténis e passou mesmo muitos anos da sua adolescência na Academia Sanchéz Casal, em Barcelona. “Quando dizem a uma criança de 9 anos que não consegue fazer algo, ela normalmente chora, fica triste. Mas eu fiquei motivada a provar que quem disse aquilo estava errado. Fi-lo por mim mas também para encorajar outros que estejam na minha situação. Não o vejo como uma desvantagem. Eu tenho cartas diferentes daquelas que têm as minhas rivais. Mas não significa que com aquelas que tenho não consiga vencê-las”, admitiu à BBC.

 

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Aos dias de hoje, Jones continua a viver e a treinar em Barcelona e nos últimos meses progrediu bastante no ranking, saltando de fora do top 350 para dentro do top 250 com a ajuda de grandes resultados nos torneios ITF depois da paragem de cinco meses e meio por causa da pandemia.

Esta terça-feira, Jones volta ao court no Dubai para continuar a sua pequena mas importante história: vai defrontar a croata Jana Fett na segunda ronda do qualifying.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com