Fognini abre o (seu) livro sobre o Big Three: Nadal sério, Federer gozão e Djokovic esmagador

Por José Morgado - Setembro 18, 2020
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Fabio Fognini, de 33 anos, lançou esta semana a sua autobiografia, onde tem capítulos dedicados ao Big Three do ténis mundial: Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic. O italiano já defrontou todos eles em várias ocasiões e tem coisas boas (e menos boas) para dizer sobre todos.

Sobre o espanhol, há uma palavra que o descreve bem: profissional. “Nadal joga todos os pontos nos treinos como se fossem match points em finais de Grand Slam. O ténis para ele é uma coisa muito séria. Conheci-o em 2003. Estava a jogar num simulador e eu perguntei-lhe se podia jogar com ele. Inicialmente, ele achou que eu queria treinar com ele, mas não. Defrontar Nadal é como enfrentar um vulcão a explodir. Um vulcão alimentado por disciplina e método.”

O italiano lembrou ainda os tempos em que o tio de Rafa fazia muito coaching. “O Toni Nadal falava constantemente para dentro do court, dava-lhe dicas e fazia sinais. Isso é coaching. E ele fez toda a vida. Toda a gente via e sabia. Os jogadores, os árbitros, mas ninguém fazia nada porque isso fazia tanto parte do jogo como as bolas ou as linhas”.

Para Fognini, as derrotas com Federer são aquelas que custam menos. “O Federer está sempre a brincar comigo, a perguntar-me o quão bom sou e está sempre a dizer-me que gostava de ser bonito como eu. Fico sempre surpreendido pelo quão diferente é Federer dentro e fora do court. O Roger cá fora está sempre às piadas. Está sempre a rir e a brincar com toda a gente. As derrotas contra ele são aquelas que me custam menos: dou sempre tudo o que tenho e ele é sempre muito melhor do que eu.”

Fognini confessou-se ainda muito impressionado com a qualidade de Novak Djokovic, que lembra ser… implacável. “O Djokovic é duro. Quando o defrontas ele destrói-te. O ritmo dele é tão alto que nem consegues pensar. Ele é um grande jogador e também um amigo. Os meus melhores encontros com ele foram… lado a lado. Em pares. Costumo chamar-lhe o homem de plástico.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com