Quando há cerca de um mês, enquanto disputava o torneio de Toronto, no Canadá, Flavia Pennetta decidiu que era chegada a hora de abandonar definitivamente o circuito jamais poderia imaginar que, quatro semanais mais tarde, seria a última jogadora a passar pela sala de imprensa de Flushing Meadows.

Recebida com intensos aplausos, a campeã dos US Open 2015 voltou a abrir o seu coração aos jornalistas, depois de o ter feito ao mundo em pleno Athur Ashe Stadium logo após o triunfo diante da sua amiga e compatriota Roberta Vinci.

“Às vezes, não é fácil para mim competir, essa é a grande questão”, confessou. “Quando se joga 24 semanas por ano, tem de se lutar todas as semanas e, se não o fizer como hoje, é mau. E eu sinto que já não tenho a mesma força, por isso este é o momento ideal. Foi uma decisão muito difícil de tomar, mas estou muito contente que o tenha feito. Estou muito feliz e orgulhosa”.

“É fantástico para o nosso país, é fantástico para toda a gente”

E se a decisão da atual número 26 mundial se tornou mais difícil por não ter a certeza do que querer fazer depois de dar descanso às raquetes, confirme admitiu, há algo de que Pennetta não tem dúvidas. “Quando somos novos temos de fazer muitas escolhas, escolhas difíceis, e perdemos muitas coisas. Com esta vitória de hoje, a minha vida é perfeita. Não posso dizer algo diferente. Perfeita”, afirmou Pennetta.

Um momento que a jogadora de 33 anos diz ser duplamente feliz por ser partilhado com uma das suas companheiras do ténis e uma das suas melhores amigas. “É uma grande vitória para nós, algo incrível. Eu não pensei em chegar aqui, penso que ela também não, por isso é fantástico para o nosso país, é fantástico para toda a gente”.

“Vivemos durante três ou quatro anos juntas, no mesmo quarto, em Roma, na Federação italiana, conhecemo-nos muito bem. Aconteceram-nos tantas coisas ao mesmo tempo nas nossas vidas e é engraçado estarmos hoje as duas aqui. Defrontámo-nos pela primeira vez quando tínhamos nove anos, por isso hoje é um grande dia para as duas”, contou.

Pennetta, que vai subir até à oitava posição do ranking WTA, vai disputar, pelo menos, os torneios de Wuhan e Pequim antes de abandonar definitivamente a competição. Na hora do adeus a Nova Iorque há a certeza de que fez “tudo o que tinha imaginado. Mais. Muito mais”.