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Ex-top 22 Agenor: «O racismo não tem lugar no ténis nem na sociedade»
O mundo tem estado em suspenso nos últimos dias devido às sucessivas manifestações contra o racismo num movimento denominado de Black Lives Matter isto depois de George Floyd ter perdido a vida num ataque policial feroz e o antigo top 22 Ronald Agénor reagiu.
“Devemos denunciar o racismo, falar em voz alta sobre ele. Também, por vezes, tens que esquecer e entender que há gente estúpida no mundo. Sofri uma boa dose de racismo com que me deparei em França e na Europa. Nunca temi pela minha vida. Sim, tive alguns episódios de racismo dentro do mundo do ténis que vieram de alguns jogadores. Eram todas brincadeiras muito ofensivas, mas tive problemas com jogadores que eu penso que eram racistas. Um deles era norte-americano. Questionava os meus resultados e dava a entender que me dopava (…)”, disse, citado pelo Punto de Break.
Ronald Agénor falou ainda das diferenças que existiam no ténis, ao afirmar que esta modalidade sempre foi de pessoas com muitas posses:
“O ténis sempre foi uma modalidade para pessoas ricas. Clubes, eventos sociais. Agora as coisas estão diferentes. De formos ver a questão de África, percebemos que o problema ali é que o ténis ainda não é considerado uma modalidade valiosa como todos os outros exceto, por exemplo, o futebol. O ténis é um deporto politizado. Quando és presidente da Federação de Ténis de um país de terceiro mundo, na maioria das vezes, tens outros objetivos. Eu vivi esta situação no Haiti, nunca percebi o motivo pelo qual o presidente da Federação do Haiti, que tem bastante dinheiro, nunca mandou construir um court de ténis no meu país durante 20 anos de mandato. Há pessoas que fazem coisas boas, mas há outros que utilizam o poder com motivos pessoais por trás. Esse presidente do Haiti que falei é, neste momento, embaixador do país no Canadá, por exemplo”, disse.
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