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Entrevista a Jiri Lehecka [parte II]: «Sei que posso ir mais longe do que os ‘quartos’ de um Slam»
Na segunda parte de uma entrevista exclusiva do Bola Amarela, Jiri Lehecka, atual número 39 do ranking ATP, fala sobre a importância da sua família no percurso que teve até agora, mas também da enorme ambição numa promissora carreira. O checo, que se encontra na Maia a defender as cores da sua seleção contra Portugal na Taça Davis, acredita que os ‘quartos’ do Australian Open foram só o início.
BOLA AMARELA – Pesquisei sobre a tua família e percebi que o desporto corre no sangue de todos. Era impossível não seguires o desporto também?
JIRI LEHECKA – Os meus pais são os dois professores. Por isso, estudar e ter os estudos completos era muito importante para eles. Não fui para a universidade. Talvez ainda vá, mas agora não está nos planos. Eles sempre me apoiaram a fazer o desporto todo que quis. Fiz alguns desportos diferentes, como natação, ciclismo, corrida, skate… Não era muito bom, mas tinha um nível sólido. Ajudou-me na minha carreira do ténis porque sabia fazer os desportos todos. Eles apoiaram-me ao longo do tempo e ainda bem que escolhi o ténis!
Leia também:
- — Entrevista a Jiri Lehecka [parte I]: «No Australian Open vi o nível real que posso mostrar»
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BA – Quem foi a tua maior inspiração no ténis e na vida?
JL – No ténis, acho que é Michail Navratil, o meu atual treinador. Na vida, diria que também é ele, mas também o meu avô e ambos os meus pais. Foram muito estritos comigo e mostraram-me o caminho certo na vida.
BA – Vês-te no top 10 e a lutar para ganhar Grand Slams?
JL – Sinto que tenho o nível para derrotar os melhores. Sei que tenho o potencial sem dúvida. Mas agora entrei no top 50, já sei como jogar melhor o meu jogo e a minha tarefa mais importante nas próximas semanas e meses é desenvolver o meu ténis, tentar trabalhar em todos os aspetos do meu jogo, ser melhor em praticamente tudo. Se conseguir continuar este trabalho duro, com a dedicação que tenho agora, tenho muitas hipóteses de ir mais longe do que os quartos-de-final de um Grand Slam.
BA – Tenho de perguntar pelo que se passa com o ténis checo, tendo em conta a quantidade de jovens talentos. O que é que se passa?
JL – Há um grande sacrifício feito pelos pais. Os pais estão a sacrificar muito dinheiro e tempo para criar os próprios filhos e levá-los a grandes resultados e a serem grandes jogadores. Isso é o mais importante. Mas claro que sem o apoio da federação é quase impossível destacarmo-nos. Na República Checa temos muitos centros de treino muito bons em que nos podemos preparar e jogar com tenistas da mesma idade. Isso é o mais importante que a nossa federação está a fazer. Temos três ou quatro centros em diferentes cidades em que todos os jogadores vão lá para jogar e competir uns com os outros. Podem ser uma grande preparação para os torneios.
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