Da vértebra partida à porta do top 50: o emocionante relato de Cachín

Por Pedro Gonçalo Pinto - Março 8, 2023
FOTO: Sara Falcão

Pedro Cachín ocupa atualmente o 66.º posto do ranking ATP, sendo que o seu recorde pessoal chegou no ano passado, quando esteve no 54.º lugar. Algo muito especial para este tenista argentino de 27 anos, que tem um trajeto cheio de altos e baixos e no qual chegou a duvidar muito de que iria atingir este patamar.

“Ser número 54 no ano que comecei a 250 é o melhor exemplo para explicar a importância da consistência. Tento ser muito profissional. Durante muitos anos trabalhei e não cheguei ao nível que pensava que podia alcançar, messes anos ajudaram-me a tornar na pessoa que sou agora. Em 2016, por exemplo, sofri uma fatura numa vértebra e não sabia o que ia acontecer. Depois, em 2019, sofri uma lesão grave no tornozelo, então os mesmos pensamentos voltaram”, começa por contar no Behind The Racquet.

Leia também:

 

Mas como é que Cachín foi dar a volta? “Por sorte, aprendi com todas aquelas experiências, até que em 2022 tudo mudou para melhor. Tornei-me no número 54 do Mundo, a jogar os melhores torneios do circuito, cheguei à terceira ronda do US Open rodeado de um grande grupo de familiares e da minha equipa. Nunca vou esquecer. As pessoas no mundo do ténis começaram a reconhecer-me, algo que me enche de orgulho”, refere.

O argentino confessa que nem sempre acreditou que ia ser possível alcançar tudo isto. Mas o que lhe corre no sangue fez a diferença para nunca parar de lutar e finalmente alcançar os voos com que sempre sonhou.

“Durante muito tempo tive medo de não ser bom o suficiente para este desporto. As pessoas acreditavam que eu ia explodir cedo, que podia estar nos grandes torneios aos 21 ou 22 anos. Mas o medo cresceu quando os resultados não apareceram. Venho de uma família trabalhadora, que todos os dias acorda com vontade de ser a melhor na sua profissão. Eu continuo a ser o mesmo miúdo humilde, mesmo depois de chegar a número 54 do Mundo. Tenho medos, mas vivo com eles e aprendo”, rematou.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt