Cerundolo recorda: «A minha relação com o ténis foi estranha, em pequeno não era dos melhores»

Por Nuno Chaves - Agosto 10, 2025

Francisco Cerundolo é a prova de que com trabalho tudo é possível e, numa entrevista ao canal de YouTube de Agustín Creevy, regressou às origens para explicar como tudo começou.

O argentino explicou que quando era mais jovem estava longe de ser o melhor, revelou quais os seus torneios favoritos e falou da importância de tratar da saúde mental.

QUANDO TUDO COMEÇOU

Quando ia de férias com a família, continuava a treinar porque tenho a sorte de o meu irmão jogar ténis (Juan Manuel) e, assim, servia para os dois — não tínhamos de nos preocupar em encontrar alguém para fazer de sparring. A minha relação com o ténis foi estranha porque em pequeno não era dos melhores. Frequentei uma escola normal e isso também não é muito comum. Quase todos deixam a escola para fazerem ensino online, mas os meus pais não quiseram. Se fores bom, aos 13-14 anos já estás em torneios internacionais e torna-se complicado continuar os estudos. Começas a faltar muito e fica difícil. Eu treinava apenas uma vez por dia e só comecei a fazer dupla sessão aos 17 ou 18 anos, que foi quando o meu nível aumentou bastante.

ROTINAS QUE TEM

Passo mais tempo com a minha equipa do que com a família ou amigos, por isso têm de ser pessoas em quem confies a 100% para poderes contar tudo. Antes de um jogo importante, tentamos estar bem-dispostos na noite anterior, jogando às cartas, dando umas gargalhadas e a cozinhar. Falamos um pouco de ténis, mas tentamos que haja outros temas.

IMPORTÂNCIA DE TRATAR DA SAÚDE MENTAL

Estive 3 anos com um psicólogo e ajudou-me muito, porque eu ficava irritado muito depressa. Mais novo, quando perdia, passava o dia seguinte em casa sem querer falar com ninguém. Isolava-me e revivia todo o jogo, a analisar o que tinha feito mal. No ténis, é preciso ir ponto a ponto e fazer um reset a cada momento, e isso foi algo com que o psicólogo me ajudou.

TORNEIOS FAVORITOS

Há torneios muito mais difíceis do que outros. Quando vou a um ATP 250, tenho como objetivo ganhá-lo, porque costumo ser um dos principais favoritos. Vou sempre aos torneios que mais me beneficiam em termos de pontos que preciso, consoante a confiança que tenho e também as condições de jogo ou a localização. O meu torneio favorito é o ATP de Buenos Aires, porque é a única semana do ano em que posso jogar em casa. Aí, jogo para os meus amigos, para a minha família e para a Argentina, que para mim é o máximo. Tirando Buenos Aires, os meus torneios favoritos são o Miami Open e Roland Garros.

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Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.