Berrettini sobre o calor: «As pessoas não percebem como é diferente jogar com cinco graus a menos ou a mais»

Por Rodrigo Caldeira - Outubro 16, 2025

Matteo Berrettini (61.º ATP) pede mudanças para evitar as cenas vividas nesta digressão asiática: desmaios, cãibras, vómitos, lesões, entre outros. O italiano é o mais recente a juntar-se às críticas de vários tenistas que não compreendem como é que o circuito ATP ainda não tem regras para evitar este tipo de situações.

No caso de Matteo Berrettini, teve de viver isso na pele, especialmente no ATP de Hangzhou, onde se despediu logo na primeira ronda diante de Dalibor Svrcina (88º), garantindo que a humidade era muito pior do que no ATP de Xangai. Por isso, depois da sua vitória na primeira ronda do ATP de Estocolmo frente ao compatriota Giulio Zeppieri (160º), e em declarações, apelou a medidas firmes ao recordar o “inferno” que viveu na China.

CALOR VIVIDO NA ÁSIA 

“Durante a digressão asiática, vivi condições que nunca tinha experimentado antes. Em Hangzhou estava mais calor do que em Xangai, mas como o torneio era mais pequeno, ninguém se apercebeu. Nos primeiros dias fazia tanto calor que nem conseguíamos acreditar. Felizmente, havia cobertura e chovia bastante.”

REGRAS PARA O COMBATER 

“Quando as condições são tão extremas, a ATP tem de fazer o mesmo que fizeram os Grand Slams: introduzir uma regra sobre o calor ou algo semelhante. Não queremos que os jogadores se lesionem ou passem por essas dificuldades. No fim de contas, a saúde está em primeiro lugar, mas também o espetáculo: se os jogadores não se sentem bem, desistem. E não é isso que queremos. A maioria das pessoas nem sequer percebe o quão diferente pode ser jogar, mesmo no mesmo torneio, com apenas cinco graus a menos ou a mais.”

FELIZ COM O NIVEL EM ESTOCOLMO 

“Lutei muito bem. Nunca nos tínhamos defrontado antes, mas eu conhecia-o um pouco. Sabia que estava a jogar bem e comecei o encontro com boa atitude, que é o mais importante, sobretudo no primeiro jogo de um torneio, para me habituar às condições e a tudo o resto. Estava mentalmente forte e sentia-me cada vez melhor à medida que o jogo avançava.”

PASSAR A SEGUNDA RONDA 

“Espero que sim, esse é o objetivo. Adoro jogar aqui e a cidade é maravilhosa. O público apoia-me e incentivou-me no ano passado, por isso espero vencer mais encontros. O meu corpo sente-se bem. Enquanto jogar assim, a correr, a lutar, a gritar, estou bem. Já levo muito tempo neste desporto e o meu corpo está a sentir o esforço.”

ESTOCOLMO COMO CIDADE 

“Estocolmo trata-me bem. Também encontrei um bom restaurante italiano com os meus amigos; se quiserem boa massa, devem ir experimentar. É importante para nós sentirmo-nos em casa. Se não estou enganado, vou jogar na quinta-feira, por isso amanhã tenho tempo para descansar um pouco e preparar-me para a próxima ronda”

Apaixonado por desporto no geral, o ténis teve sempre presente no topo da hierarquia. Mas foi precisamente depois de assistir à épica meia-final de Wimbledon em 2019 entre Roger Federer e Rafael Nadal, que me apaixonei e comecei a acompanhar de perto este fabuloso desporto. Atualmente a estudar Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa.