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Benoit Paire: «Nunca serei como o Federer, que mudou a sua atitude num dia»
Sempre com muito para dizer sobre si e sobre o que vai ocorrendo no circuito ATP, sobretudo, Benoit Paire continua a manter-se fiel a si próprio, recusando-se a mandar recados por quem quer que seja. Se há algo para dizer, não se pensa duas vezes, nem que o alvo seja, por exemplo, o selecto All England Club – “tudo está podre em Wimbledon” – ou o público de Paris-Bercy – “São uns idiotas”.
Desabafos passados que se cruzam, em interesse e transparência, com as declarações presentes na edição desta sexta-feira do jornal L’Equipe. Mais como uma forma de marcar posição do que se desculpar pelas atitudes algo indisciplinadas que vai tendo dentro das linhas, Paire diz pertencer aos grupo de jogadores que concebe o ténis como uma arte que vai para lá do que a raquete transparece.
Pessoas que não sabem o que é o ténis deviam ficar em casa
“No court, preocupo-me em desfrutar, em dar espetáculo, eu sou assim”, afirmou o número 21 mundial à publicação do seu país. “Faço sempre o que me apetece e há coisas que nunca irei mudar. Nunca serei como o [Roger] Federer, que mudou a sua atitude num dia”, comparou o número 21 mundial, salientando, de imediato, a importância do fator diferença num universo onde, diz, as pessoas tendem a comportar-se todas da mesma forma.
“É preciso termos pessoas como eu e o [Fabio] Fognini, que fazem com que algo fora do normal aconteça. Prefiro ser como sou do que estar no top-10 e não entrar em nenhuma discussão”, garantiu.
O regresso ao lugar onde já foi infeliz
Paire despede-se da temporada na próxima semana, no Masters 1000 de Paris-Bercy, onde, em 2013, foi fortemente apupado pelos seus compatriotas “idiotas”, conforme os apelidou.
Um episódio que não esquece: “tenho um pouco de receio pelo que se passou mas já aconteceu há muito tempo. Há pessoas idiotas que te assobiam só por trocares algumas palavras com os árbitros. Pessoas que não sabem o que é o ténis deviam ficar em casa”, atirou, dizendo-se, ainda assim, ansioso por, finalmente, voltar ao torneio do seu país para lutar por resultados melhores. “Joguei duas vezes em Bercy e não consegui bons resultados”, rematou.
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