Auger Aliassime: «Quando era criança, olhei e pensei ‘o Tsonga é parecido comigo’»

Por José Morgado - Março 6, 2019

Felix Auger Aliassime, de 18 anos, é um dos nomes do momento no ténis mundial, depois de recentemente se ter tornado no mais jovem finalista da história dos torneios ATP 500, a caminho da estreia no top 100 ATP. O canadiano sentou-se à mesa com a jornalista Ariane Ferreira, do site ‘Tenis News’, durante o ATP 250 de São Paulo, e falou sobre alguns dos aspetos e pessoas mais marcantes da sua vida.

E uma das surpresas sobre o jovem talentoso canadiano foi saber… que ele também toca piano! “Sou ‘ok’ no piano. Estudei dos sete aos nove anos, aprendi as canções clássicas e é isso que eu sei e gosto de tocar. Mas agora estou longe de casa, então eu já me esqueci. A minha mãe e o meu pai sempre acharam que eu tinha de ser mais do que um jogador de ténise estudante, consideravam que eu deveria ver e aprender sobre coisas diferentes. Essas coisas tornaram-me uma pessoa mais completa”.

Auger Aliassime confessou ainda quem são os seus ídolos. “Tsonga, porque tem o jogo parecido com o meu. Há também o Rafael Nadal, Roger Federer e o Novak Djokovic, sempre que se fala em ídolos é preciso citá-los”, confessou.

O canadiano, nascido no Quebéc, tem descendência africana (o pai é togolês) mas não gosta muito de falar de questões raciais, lembrando que o ténis… é para todos. “O ténis é um dos melhores desportos para aprender sobre diversidade. No meu ponto de vista, que sou muito jovem ainda mas já viajei bastante, sou um sortudo por ser atleta neste desporto global, poder ver muitos lugares diferentes. Isto tudo abriu os meus olhos e a minha mente para as coisas que não estão em casa. Respeito muito isso”.

Apesar de não ligar muito a questões relacionadas com o racismo, Auger Aliassime admite que começou a idolatrar Tsonga pelas semelhanças físicas. “Quando era criança, olhei e pensei: ‘O Tsonga é parecido comigo e isso é bom!’. Eu não gosto muito de entrar nestes temas de política racial, mas o ténis é ótimo porque não importa de onde cada um vem, a língua que fala ou de onde os seus pais são. Acho que isso deveria ser aplicado em todas as partes de nossas vidas. É incrível ver diferentes jogadores a enfrentarem-se, a divertirem-se e sem pensarem em mais nada.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt