A emocionante carta de um pai para a Academia de Ferrero

Por José Morgado - Abril 22, 2020
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Juan Carlos Ferrero dirige uma das maiores academias de ténis de Espanha, em Alicante. Por lá continuam confinados dezenas de alunos durante este estado de emergência, à semelhança do que tem acontecido noutras academias, como a de Rafael Nadal. Manuel, o pai de uma das crianças confinadas, lamentou não ter chance de ver o seu filho há dois meses, mas admite estar descansado e feliz por ter confiado a educação dos seus filhos na Equilite.

Sou pai de um jovem que entrou na Academia com a máxima ilusão em setembro. Na mala, carregava todos os sonhos e ilusões que um jovem tenista pode ter ao entrar numa das academias mais prestigiadas desta modalidade. Infelizmente, no início de março, como consequência da pandemia mundial do COVID-19, parte desses objetivos, viagens, torneios e sucessos desportivos foram parcialmente reduzidos.

Mas todas as coisas na vida têm as suas partes positivas; depois de mais de dois meses sem poder ver nosso filho, temos certeza de que a decisão que tomámos no início do ano letivo, de ingressar na Equelite, foi uma jogada sábia. Apesar da incerteza, temos a certeza de que, atualmente, não há lugar melhor onde nossos filhos possam estar. Esta academia não é apenas um lugar para aprender ténis, é um modo de vida, uma fábrica de valores, um lugar para fazer meninos e meninas crescerem num espírito de sacrifício integral, saudável. Desde o dia em que o estado de alarme foi decretado, a academia não hesitou em trancar-se para preservar aquilo que é tão valioso para nós e aí criarem uma nova família. Estas poucas palavras servem para agradecer a todos os que formam esse magnífico grupo de trabalho.

Ao próprio Juan Carlos Ferrero, Toni Cascales, Iñaki; Lola, Amelia, Carmelo, todos os treinadores, preparadores físicos, cozinheiros, cuidadores, jardineiros, professores, etc., seremos eternamente gratos a todos e, apesar das dificuldades previstas no futuro imediato, continuaremos a apostar nesta família maravilhosa e maneira de entender a vida”.
Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt