Cobolli não esquece a Davis: «Essas emoções são as que queremos sentir todos os dias»

Por José Morgado - Dezembro 23, 2025

Flavio Cobolli deixou definitivamente o estatuto de promessa para se afirmar como uma realidade no circuito mundial. O tenista romano viveu em 2025 a época da consagração, mostrando que, quando entra numa boa fase, é um adversário extremamente perigoso. A prova maior surgiu em Wimbledon, onde atingiu os quartos de final, e, sobretudo, nas finais da Taça Davis, nas quais teve um papel decisivo na caminhada triunfal de Itália.

Um dos momentos mais marcantes aconteceu nas meias-finais frente a Zizou Bergs. No terceiro set, o belga dispôs de sete match points, mas Cobolli resistiu, apoiado pela equipa técnica e pelo público de Bolonha, acabando por conquistar o ponto que garantiu o apuramento para a final. Já no derradeiro encontro, encontrou uma Espanha combativa, com Jaume Munar a vencer um primeiro set de alto nível por 6-1. Ainda assim, foi nos momentos-chave que o italiano conseguiu impor-se e selar a terceira Taça Davis consecutiva para Itália.

Um mês depois desse feito histórico, Cobolli recordou a experiência no programa italiano Che tempo che fa. Sobre a relação com o pai, que também é o seu treinador, admitiu tratar-se de uma ligação exigente: “É uma relação difícil, discutimos muito porque temos a mesma personalidade, mas sei que ele quer o melhor para mim. As discussões ficam no campo; em casa já não pensamos nisso.”

Sobre a Taça Davis, foi claro: “Foi uma experiência incrível. Ainda hoje vejo vídeos no telemóvel, são emoções que queremos sentir todos os dias.” Já acerca do tie-break decisivo frente a Bergs, explicou: “Concentrei-me em mim e tentei nunca mostrar fraqueza. Se o adversário te vê cabisbaixo, sabe que é o momento de atacar.”

Para lá da Davis, Cobolli conquistou em 2025 os seus dois primeiros títulos ATP, em Bucareste e Hamburgo, e voltou a destacar-se na relva, deixando excelentes indicações para 2026.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com