Del Potro: «Tinha uma hipótese real de ser número em 2019, mas caí e rompi o joelho»

Por José Morgado - Dezembro 16, 2025

Juan Martín del Potro, a última grande estrela do ténis argentino e sul-americano, voltou a abrir o livro da sua carreira numa entrevista à ESPN, um ano depois de se ter despedido definitivamente dos courts. O campeão do US Open de 2009, onde derrotou Roger Federer numa final épica, recordou um percurso brilhante, mas profundamente marcado pelas lesões que lhe travaram uma carreira destinada ao topo absoluto do circuito.

Retirado desde 2022, Del Potro reconheceu o peso das decisões tomadas ao longo dos anos. “Infiltrei-me muitas vezes, sobretudo no joelho e no pulso. Não queria parar porque sentia que tinha de estar no top 5 ou no top 3. Era pan para hoje e fome para amanhã”, confessou. As sucessivas cirurgias, em especial ao joelho direito, acabaram por afastá-lo definitivamente da competição. “Depois da primeira operação não fiquei bem e a segunda tentou reparar. A partir daí foi uma sequência que me tirou do campo”, explicou.

O argentino revelou ainda que continua a conviver com dores persistentes, ao ponto de recorrer à tecnologia. “Falo muito com o ChatGPT. Tenho ressonâncias e radiografias de todos os tipos. Chego às clínicas e dizem ‘outra vez tu, já não sabemos o que fazer’”, contou, com ironia.

Del Potro falou também do impacto de conquistar um Grand Slam. “Ganhar muda tudo, desde contratos a compromissos. Ainda hoje me emociono a ver o último jogo. Aquele momento era tudo ou nada”, recordou, referindo-se ao desfecho dramático da final de 2009.

Ficou ainda a mágoa de não ter alcançado o número um mundial em 2019. “Tinha uma hipótese real depois do Australian Open, mas caí, rompi o joelho e começou o pesadelo”, revelou. Um ‘e se’ eterno numa carreira inesquecível, travada apenas pelas lesões.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com