Fritz já pensa em Alcaraz: «É alguém capaz de te tirar a raqueta das mãos»

Por Rodrigo Caldeira - Novembro 10, 2025
Créditos: Miguel Reis/Bola Amarela

Taylor Fritz (4º) iniciou de forma contundente a sua participação em Turim, impondo-se com clareza a um Lorenzo Musetti (6º) visivelmente cansado. O norte-americano silenciou o Inalpi Arena a meio do primeiro set graças a uma combinação eficaz de jogadas rápidas, serviços colocados e um surpreendente ritmo de bola.

A primeira vitória nas ATP Finals 2025 coloca Taylor Fritz numa posição invejável. O norte-americano vai disputar frente a Carlos Alcaraz (1º) o primeiro lugar do grupo, numa rivalidade com algum historial que Fritz não tem problema em reavivar. Depois do seu triunfo na Laver Cup, o murciano “vingou-se” do número cinco do mundo em Tóquio e voltou a aplicar-lhe um duro golpe na Six Kings Slam. Fritz diz ter aprendido a lição e tentará aproveitar a velocidade da superfície a seu favor para somar a segunda vitória na fase de grupos.

GRANDE VITÓRIA 

“É o típico primeiro jogo das ATP Finals. Um encontro muito importante se quero avançar e passar a fase de grupos. Estive um pouco nervoso no início, e o Lorenzo joga um ténis muito diferente, utilizando bastante o slice. Precisei de algum tempo para me habituar. Consegui evitar que me quebrasse o serviço no início, quando teve oportunidades. Aí senti que me adaptei e entrei melhor no jogo. No final do primeiro set e durante todo o segundo joguei a um nível muito alto.”

GOLPE DE ESQUERDA IMPORTANTE NA VITÓRIA 

“Não (sorri). Sempre foi assim. Não saberia dizer-te, acho que a minha sempre foi um dos meus melhores golpes. Esta semana senti e creio que parte disso se deve à pista e às condições, que são rápidas que tenho muita velocidade com que trabalhar desse lado. Não preciso preocupar-me em gerar demasiada potência, posso usar a velocidade que a pista me dá. Senti-me muito bem de forma geral, e o reverso acho que continua a ser um dos meus melhores golpes.”

QUALIDADE DO SERVIÇO 

“Deveu-se à qualidade do meu serviço. Tento procurar sempre as linhas quando sirvo, nunca penso apenas em colocar a bola: prefiro falhar o serviço do que metê-lo e não ser bom. Fui capaz de variar muito bem esse golpe e apontar com grande precisão às esquinas. Uma das coisas que ele (Musetti) sempre fez muito bem contra mim foi neutralizar o meu primeiro serviço é muito bom a bloquear e devolver profundo, colocando-me em situações em que me é difícil atacar. O seu resto sempre foi uma das coisas mais complicadas de enfrentar no passado.”

CONDIÇÕES DE JOGO AO ENFRENTAR MUSETTI 

“As condições dos courts tornaram-se mais lentas, sim. Se comparar com o que aconteceu em Wimbledon jogámos em relva. É uma superfície viva, mas a relva de Wimbledon, quando metes spin na bola, não é rápida. O spin abranda muito na relva. Um dos problemas que tive lá, quando ele me bloqueava o resto e acho que é algo que também me acontece em condições lentas é que, quando rodo o corpo e tento atacar com a direita, ao bloquear e deixar-me uma bola muito baixa, ele não me dá velocidade suficiente para trabalhar a bola, por isso tenho de lhe imprimir spin.

Em Wimbledon tive imensas dificuldades em causar-lhe dano com essa pancada. E se não o consegues magoar com essa pancada, já estragaste o teu posicionamento no fundo do court ao rodar para a direita. Se a minha pancada não é boa, ele fica com todo o court aberto para bater uma direita cruzada, caso eu opte por jogar a paralela. Este court, por exemplo, é rápido. Quando cortava a bola, consegui ser agressivo a seguir a essa pancada e não sofria demasiado se o meu remate não fosse perfeito. Noutros jogos, ele era capaz de neutralizar os meus golpes e eu tinha muita dificuldade em superá-lo no fundo do court.

Sim, o court é relativamente rápida. Saí satisfeito. Apercebi-me disso ao longo do jogo que podia ser agressivo e assinar pancadas muito boas às quais ele não conseguiria responder. Não precisei de escolher em que momentos ser agressivo: podia sê-lo sempre que quisesse.”

Próxima paragem Carlos Alcaraz

“Defrontar o Carlos é complicado. Nas últimas duas vezes em que jogámos, sobretudo nessas duas, ele jogou incrivelmente bem. Foi muito agressivo. Na Laver Cup consegui vencê-lo no corpo a corpo, à pancada. Fui extremamente agressivo e consegui controlar muitos pontos. Uma das adaptações que ele fez depois desse encontro foi impedir-me de repetir isso. Ele tenta tirar-te a raqueta das mãos. E teve muito sucesso a fazê-lo, tanto em Tóquio como na Arábia Saudita.

Vou ter de servir muito bem. Se o fizer, não importa como corra o resto do jogo, consigo manter-me na luta. Hoje respondi realmente bem. Espero conseguir responder com agressividade, devolver bem amanhã, ser agressivo e tentar vencê-lo no corpo a corpo.”

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Apaixonado por desporto no geral, o ténis teve sempre presente no topo da hierarquia. Mas foi precisamente depois de assistir à épica meia-final de Wimbledon em 2019 entre Roger Federer e Rafael Nadal, que me apaixonei e comecei a acompanhar de perto este fabuloso desporto. Atualmente a estudar Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa.