Vacherot ainda não acredita no título em Xangai: «Comecei como 22.º alternate do qualifying…»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Outubro 13, 2025
Vacherot

Valentin Vacherot escreveu uma das histórias mais sensacionais no ténis mundial, ao conquistar o Masters 1000 de Xangai de forma épica. O monegasco quase não entrava na fase de qualificação, passou por ela, deu a volta a seis encontros e bateu o primo Arthur Rinderknech na final. É preciso alguém beliscá-lo porque ainda não acredita no que fez!

DE NEM SABER SE JOGAVA AO TÍTULO

Quando cheguei aqui nem sabia se podia jogar o torneio. Arrisquei um pouco. Comecei como 22.º alternate do qualifying. Entrei um pouco mais de um dia antes do arranque. Os desafios estavam por todo o lado. Até na primeira ronda do qualifying perdia por 7-6 e 4-3. Também salve um break point quando perdia por 4-3 no terceiro da segunda ronda do qualifying. Salvei pontos de break contra Bublik na segunda ronda, ganhei seis encontros estando set abaixo. Estou tão feliz por estar aqui que neste momento parece surrealista.

EMOÇÃO NUMA FINAL ESPECIAL

Nem sequer entendo por que estou aqui agora. É uma loucura. Acho que vou começar a perceber tudo nos próximos dias. Agora só quero desfrutar do momento. Emocionei-me muito no court depois da cerimónia, estando ali com o Arthur. Foram momentos incríveis para ambos, para a nossa família. Infelizmente, só houve um vencedor. Mas a nossa família ganhou, o ténis também, porque a história que escrevemos é incrível.

TINHA O TORNEIO NA CABEÇA

É uma loucura dizer, mas neste verão tinha este torneio na cabeça. Sabia que era o torneio mais importante antes do fim da temporada em que eu teria hipóteses de entrar, agora que há grandes sorteios no qualifying. Sabia que tinha essa hipótese e se queria alcançar o objetivo de entrar no top 100 tinha de estar bem aqui. Mas não tinha ideia de que era isto que ia fazer.

CONHECER ROGER FEDERER

Não vou mentir. Depois de ganhar ou perder alguns pontos, olhava para ele para ver como reagia. Foi incrível tê-lo ali. Sempre que aparecia no ecrã causava mais euforia do que depois de alguns dos grandes pontos que jogamos. É assim tão incrível e grandioso para o desporto e continua, mesmo depois de ter deixado o ténis. Joguei contra Novak Djokovic, conhecei Roger Federer… Foi uma semana de loucos. 

Leia também:

 

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt