Shang: «Começo a compreender melhor o meu corpo e a minha forma de jogar»

Por Rodrigo Caldeira - Outubro 7, 2025
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Embora os seus resultados nesta digressão asiática não fiquem registados em nenhum livro, a verdade é que Juncheng Shang (237º) pode estar satisfeito com os seus desempenhos mais recentes, deixando para trás meses difíceis em que uma lesão o impediu de competir durante meio ano inteiro.

Felizmente, o seu corpo voltou a estar em forma com a chegada dos meses mais importantes, a sua querida digressão asiática. Assim, pudemos vê-lo competir no ATP 250 de Hangzhou, no ATP 500 de Pequim e no Masters 1000 de Xangai. Resultados? Oitavos de final, primeira ronda e terceira ronda. Traduzido para uma linguagem mais direta: três vitórias e três derrotas. Talvez não seja algo muito impressionante, talvez não fique na memória, mas Jerry Shang sabe valorizar estes pequenos prazeres depois de ter sofrido uma lesão que o manteve afastado desde janeiro até julho. Agora que finalmente conseguiu ganhar algum ritmo, o seu discurso reflete as sensações com que segue para o seu próximo destino.

ENCONTRO CONTRA BORGES 

“Hoje senti-me tonto, suponho que por causa do calor, tinha jogado alguns encontros noturnos, por isso talvez não estivesse habituado a um jogo durante o dia. No início senti-me um pouco enferrujado, mas fui o primeiro a quebrar o serviço. O clima incomodou-me um pouco, é verdade, faltava-me oxigénio. Não digo que não goste deste clima, simplesmente não estou habituado a um tempo tão quente. Afinal de contas, era a primeira vez que chegava à terceira ronda, por isso é positivo”

DIGRESSÃO ASIÁTICA 

“O que mais me deixa satisfeito é a preparação, embora reconheça que depois de Pequim não tive muito tempo para me preparar para Xangai, tive apenas três dias para me adaptar. Antes de começar a jogar tinha muitas dúvidas, mas a primeira ronda deu-me muita confiança e, assim, consegui vencer o nº10 do mundo, jogando com muita segurança. No entanto, se tiver de escolher o meu jogo mais satisfatório, ficaria com este último, apesar da derrota. Fiz alguns progressos, estou a conseguir ter dias tranquilos, o que me está a ensinar muito. Vejo que começo a compreender melhor o meu corpo e a minha forma de jogar”

A SUA EVOLUÇÃO 

“Há múltiplos fatores dentro do jogo: às vezes não te sentes fisicamente competitivo o suficiente e, se estiveres um pouco agitado, isso reflete-se no teu ténis. Depende também da tua equipa, dos teus treinadores, do público ou das próprias condições das pistas, tudo tem impacto. Para mim, a chave é canalizar a energia certa na luta pelo ponto seguinte, não noutro lugar. É exatamente isso que quero mostrar: quero ser um jogador resistente. Se não me ganhas, eu não me vou render e acho que, mais ou menos, já consegui isso. No futuro, seja nos treinos ou nos jogos, vou dar toda a minha força”
BALANÇO DA TEMPORADA 
“A temporada não foi ideal, não joguei muito, mas estas últimas três semanas na China correram muito bem. O meu jogo esteve bom, aprendi muitas coisas, por exemplo, a planear os treinos depois de uma derrota, ou até depois de uma vitória. Trabalhar sem descansar também não é o caminho certo, por isso estou sempre a pensar em como garantir que me mantenho ativo fisicamente. Fiz algumas melhorias, mas ainda há muitas coisas que preciso de aprender. Estou muito feliz com a minha passagem por Xangai, por ter chegado aos 32 melhores, e espero que venha muito mais pela frente”
Apaixonado por desporto no geral, o ténis teve sempre presente no topo da hierarquia. Mas foi precisamente depois de assistir à épica meia-final de Wimbledon em 2019 entre Roger Federer e Rafael Nadal, que me apaixonei e comecei a acompanhar de perto este fabuloso desporto. Atualmente a estudar Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa.