Dodin: «Devo ser a primeira tenista a competir depois de um aumento de peito»

Continuam a existir muitos estigmas em torno do corpo feminino e do desporto, mas Océane Dodin não tem qualquer problema em falar da sua nova realidade. A francesa esteve quase um ano fora dos courts devido a um estranho problema num ouvido, tempo que aproveitou para fazer um aumento de peito, sem considerar que isso possa condicionar o seu rendimento desportivo.

Outrora número 47 do mundo e jogadora competitiva durante anos em grandes palcos, Océane Dodin teve de enfrentar um verdadeiro inferno ao longo do último ano da sua carreira profissional. Onde uma estranha lesão no ouvido interno a deixou muito tempo fora de competição. Aproveitou essa pausa, para uma operação de aumento de peito, algo que sempre desejara fazer, falando disso com naturalidade e considerando que não limitará o seu desempenho desportivo.

Ao ver este caso, torna-se inevitável recordar o de Simona Halep que ao contrário de Dodin, no início da sua carreira, decidiu submeter-se a uma intervenção de redução mamária, devido à dificuldade que sentia em competir ao mais alto nível dado o tamanho excessivo do peito. A romena tomou uma decisão corajosa, fruto dos problemas de mobilidade, das lesões cervicais e de costas a que estava exposta, bem como das complicações para executar movimentos completos e fluidos nos seus golpes.

EXPLICAÇÃO DA INTERVENÇÃO CIRURGICA 

“Não tenho qualquer vergonha em mostrar que fiz uma operação ao peito. Já há muito tempo que queria fazê-lo e, como sabia que iria estar algum tempo sem jogar, aproveitei este período, porque é preciso estar dois meses parada depois da operação. Disse a mim própria que era o momento certo para fazer o que desejava, melhor agora do que quando terminar a carreira. Não me arrependo de nada, toda a gente me dizia que seria impossível voltar a jogar depois de me operar, como se tivesse colocado duas melancias”

PRIMEIRA TENISTA A FAZER

“Não são pequenas, mas há soutiens adaptados e sinto-me confortável com eles a jogar. Falei bastante com o meu cirurgião sobre os efeitos que as próteses poderiam ter no meu jogo e ele garantiu-me que não representariam um problema. Deu-me uma série de indicações e, por agora, tudo corre bem. Falo disto com naturalidade, não tenho nada de que me envergonhar. Isso sim, devo ser a primeira tenista a competir depois de se submeter a uma operação de aumento de peito”

PROBLEMA NO OUVIDO 

“Convivo com isto há dez anos e não sabemos o que fazer. Em situações de sol e muito calor é quando me sinto pior. Fico tonta e muito instável. Onde me sinto mais confortável é em courts indoor. Quero dar-me a oportunidade de voltar ao meu melhor nível. Fisicamente vai custar-me recuperar a condição física ideal, mas confio em conseguir”