Zheng Qinwen admite: «Talvez tenha sido muito precipitado voltar em Pequim»

Por Tomás Almeida - Setembro 30, 2025
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Divulgação/WTA

A chinesa Zheng Qinwen, atual número 9 do Mundo e antiga finalista de torneios do Grand-Slam (Australian Open 2024), regressou à competição quase três meses depois em Pequim, mas pode-se dizer que as coisas não correram propriamente de feição, apesar de até ter vencido o primeiro encontro na capital chinesa.

Após a eliminação precoce em Wimbledon, a campeã olímpica de 22 anos tomou a (sempre) difícil decisão de fazer uma pausa na sua temporada e tratar de um problema que persitia há já algum tempo, sendo operada ao cotovelo direito em julho. Ultrapassada grande parte do processo de recuperação (e aqui é que está o cerne da questão!), a tenista chinesa não quis deixar de marcar presença num dos principais torneios da temporada asiática e optou mesmo por regressar no WTA 1000 de Pequim, mas … talvez esse regresso tenha sido algo precipitado, uma vez que voltou a acusar algumas dores no cotovelo durante o embate da 3.° ronda diante de Linda Noskova, o que lhe fez abdicar da continuidade em court quando já estava no terceiro set.

RETIRADA NO TERCEIRO SET

“Comecei a sentir [o cotovelo] um pouco mais, o que é normal. Estava à espera que isto pudesse acontecer, então decidi, quando a dor aumentou, que deveria parar para não me lesionar. Chegou a um ponto em que eu disse… tem de ser. Afinal, é a primeira vez na minha vida que me submeto a uma cirurgia como esta. Não quero ser muito agressiva com o tratamento. Tenho que pensar na minha carreira profissional, que espero que seja muito longa.”

VÁRIAS DESISTÊNCIAS NO MESMO DIA

“Isso faz parte do jogo, como tenista profissional, é por isso que temos de jogar tantos torneios, devido à extensão do calendário hoje em dia. Acho que a minha situação é diferente da deles; estou a vir de uma cirurgia, então talvez tenha sido uma decisão muito precipitada da minha parte jogar aqui. Não sei, talvez tenha sido a decisão certa vir aqui porque eu precisava de ver onde estava o meu corpo neste momento. Agora eu sei que, para competir em encontros a terceiros sets, a quantidade de vezes que bato na bola é demasiado para mim.”

QUANDO ESTARÁ O COTOVELO A 100%

“Neste momento, essa é uma pergunta difícil. Preciso de voltar e verificar as consequências deste torneio com uma ressonância magnética para ver se algo mudou. O meu cotovelo está no estado em que está, então espero que a retirada me tenha ajudado. Para mim, ainda é muito positivo continuar a jogar ténis; é como quebrar uma barreira, mas, ao mesmo tempo, preciso de ser inteligente. Eu sabia no segundo set que não podia forçar mais; forcei durante todo o primeiro, mas a lição que aprendi é que um terceiro set, neste momento, é demasiado para o meu cotovelo. Espero que tudo melhore com o tempo.”

COMO VÊ O SEU TÉNIS ATUALMENTE

“Acho que preciso de melhorar em algumas coisas. Sei que consigo tomar melhores decisões durante os encontros, principalmente em certos momentos. Estou a tentar ser uma jogadora mais agressiva do que antes, embora o que esteja sempre na minha cabeça seja se devo continuar a pressionar ou parar. É difícil competir quando tens essa mentalidade de dúvida o tempo todo — ou vais com tudo ou não podes fazer nada. Lembro-me do ano passado, nos Jogos Olímpicos de Paris, de ir com tudo em todos os jogos. Se eu tivesse que romper alguma coisa, rompia ali mesmo, mas agora é como se estivesse a pensar muito mais em cuidar do meu corpo. Tenho algumas dúvidas internas porque ainda não consigo mostrar a minha melhor versão.”

REFERÊNCIA PARA O SEU PAÍS

“Estou muito feliz por ser uma grande influência na China, porque é por isso que mais e mais pessoas aprendem sobre o ténis a cada dia. Tenho a certeza de que seremos ainda maiores no futuro. Atualmente, temos muitos jogadores nos circuitos feminino e masculino. Eles estão a começar a melhorar em relação à geração anterior. Mais e mais pessoas estão a praticar este desporto. Estou convencida de que melhores jogadores surgirão nos próximos dez anos. Um dos motivos pelos quais decidi jogar é porque sei que as pessoas adoram me assistir. Foi por elas que tomei a precipitada decisão de jogar aqui, porque quero ver até onde consigo chegar. Lamento muito ter desistido, mas o meu corpo não me permitiu continuar, só isso. Agora, a prioridade é recuperar, e depois veremos.”

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A minha paixão pelo ténis começou aos 10 anos e desde então tem crescido dia após dia. Já deixou de ser um mero desporto para mim, enquanto consumidor de tudo um pouco, ... bem, talvez nunca tenha sido... Estou aqui para continuar a ser surpreendido e a aprender com algo único e incomparável como o ténis. Hoje em dia não me consigo imaginar a viver sem a bola amarela no canto do olho. Quero seguir neste mundo e fazer dele o meu futuro, crescendo com todas as aprendizagens adquiridas a partir de valiosas experiências. Continuem desse lado!