Corretja sobre Rune: «Não vejo nenhuma razão para que não possa ganhar um Grand Slam em 2026»

Por Rodrigo Caldeira - Setembro 15, 2025

Alex Corretja é uma das vozes mais autorizadas do mundo do ténis. Aquele que chegou a ser número dois do mundo em 1999 é agora comentador tanto na Eurosport como na Movistar+. Aliás, foi para este último canal que teve o privilégio de comentar a histórica reviravolta da equipa espanhola na Taça Davis, que pela primeira vez na história do ténis espanhol conseguiu virar um 0-2 adverso. A vítima desse feito foi a Dinamarca de um Holger Rune (11º) que chegou a dispor de um ponto de encontro para levar o seu país às finais da Davis, mas não o conseguiu concretizar por culpa de um Pedro Martínez (67º) imperial.

Que Holger tem ténis e nível para ser um dos melhores do mundo é um facto, mas a sua atitude e comportamento em certos momentos dos encontros podem prejudicá-lo na hora de o conseguir. Ainda mais se tivermos em conta que os seus dois companheiros de geração, com quem era comparado, Carlos Alcaraz (1º) e Jannik Sinner (2º), já se afastaram dele, tanto em títulos como em jogo.

Mas Alex Corretja mantém a esperança de que o jovem de 22 anos consiga descolar e ser capaz de encarar de frente tanto o espanhol como o italiano. Assim o manifestou numa entrevista ao SpilXperten, cujas declarações foram recolhidas pelo Ubitennis, embora seja de destacar que foram feitas antes da eliminatória da Taça Davis.

CONFIANTE NUM PASSO EM FRENTE DO NÓRDICO

“As expetativas sobre ele são altas, e compreendo isso, mas as minhas também são, e talvez ainda mais. Apesar de já ter obtido excelentes resultados, acredito que ainda não mostrou todo o seu potencial.”

“O seu objetivo deve ser completar a sua carreira. Ainda lhe faltam algumas peças. Tem de compreender melhor quem é dentro do court, e também fora dele. Como treina, como compete, como reage nos momentos difíceis. Precisa de se conhecer profundamente e também estudar melhor os seus adversários.”

PERSONALIDADE DE HOLGER 

“O Holger tem uma personalidade muito forte, é único. É um verdadeiro lutador, trabalha duro e percebe-se que tem fome de resultados. Já esteve entre os dez melhores do mundo e conquistou um Masters 1000, não o esqueçamos. Mas, apesar disso, acredito que pode e deve fazer mais. Ainda pode crescer muito.”

CANDIDATO A GRAND SLAMS 

 “Espero sinceramente que tenha sucesso, porque gosto da forma como joga e do que representa. Traz algo diferente ao court, e o ténis precisa de jogadores com a sua energia. Mas para ir longe nos Grand Slams é preciso encontrar alguma continuidade, algum equilíbrio. Ainda tem de descobrir como o alcançar. Não vejo nenhuma razão para que não possa ganhar um Grand Slam em 2026. Se conseguir pôr tudo no lugar, pode lutar pelos grandes títulos nos próximos anos”

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Apaixonado por desporto no geral, o ténis teve sempre presente no topo da hierarquia. Mas foi precisamente depois de assistir à épica meia-final de Wimbledon em 2019 entre Roger Federer e Rafael Nadal, que me apaixonei e comecei a acompanhar de perto este fabuloso desporto. Atualmente a estudar Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa.