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Vila Real de Santo António pronta para receber nova edição de torneio que tem sido ‘amuleto’ para os portugueses
Gastão Elias e Frederico Silva, habituais membros da seleção nacional da Taça Davis, são as duas grandes figuras portuguesas no 5.º Open Internacional de Ténis de Vila Real de Santo António, que o clube de ténis desta localidade algarvia (CTVRSA) vai organizar, com o apoio da Federação Portuguesa de Ténis (FPT) e da Câmara Municipal local (CMVRSA), no Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António.
Integrado no ITF World Tennis Tour, o calendário profissional da Federação Internacional de Ténis, o evento da categoria de M25 conta para o ranking mundial do ATP Tour e distribui 30 mil dólares em prémos monetários (quase 29 mil euros), uma subida de 5 mil dólares em relação a 2024. Começa a 9 e termina a 16 deste mês.
Será o primeiro da série de dois torneios M25 de 30 mil dólares que o CTVRSA organiza pelo terceiro ano seguido, depois de uma ausência de mais de dez anos de torneios internacionais de ténis em Vila Real de Santo António. O segundo torneio jogar-se-á de 16 a 23 de fevereiro.
Estarão representados 20 países: Portugal, França, Eslováquia, Croácia, Rússia, Roménia Áustria, Alemanha, Colômbia, Espanha, Grã-Bretanha, Itália, no quadro principal, aos quais acrescem jogadores da fase de qualificação vindos de Estados Unidos, Uzbequistão, Tailândia, Finlândia, China, Polónia, Bulgária e Suíça.
Frederico Silva chega ao Sotavento Algarvio vindo diretamente de Monte Carlo, onde integrou a seleção nacional que defrontou e venceu o Mónaco na Taça Davis – o Campeonato do Mundo de equipas masculinas.
‘Kiko’ Silva, esquerdino, deverá ser cabeça de série graças ao ranking de 286.º que ocupava na semana passada (289.º hoje). O jogador das Caldas da Rainha (ex-168.º mundial em 2021) está, uma vez mais, a recuperar a sua carreira, depois de ausência prolongada por lesão (não jogou entre novembro de 2023 e março de 2024). Chegou a cair para o 628.º posto no ATP Tour, mas já subiu mais de 300 lugares e está convencido de que esta série de eventos internacionais algarvios em fevereiro deverá permitir-lhe sair dos torneios do ITF World Tennis Tour e começar a dedicar-se exclusivamente ao ATP Challenger Tour.
Gastão Elias é quase conterrâneo de Kiko Silva, vem da Lourinhã e, desta feita, não foi convocado para a seleção nacional, onde conta com 23 eliminatórias disputadas em 12 anos! O antigo 57.º ATP (2016) é o recordista nacional de títulos no ATP Challenger Tour, com um total de 10. A sua atual classificação de 352.º não deverá permitir-lhe ser cabeça de série, mas será claramente candidato a vencer um 7.º troféu de carreira no ITF World Tennis Tour, desde que surja livre das mazelas que vão sendo cada vez mais recorrentes.
«O Gastão é uma referência do ténis nacional, esteve no top-60 mundial, e os miúdos das escolas já vieram perguntar-me por ele, assim que souberam que vinha. Claro que o Kiko vem da seleção nacional e isso é importante», disse Vítor Palma, o presidente do CTVRSA e autêntico promotor destes dois eventos, sempre emparceirado pelo presidente da CMVRSA, Álvaro Araújo.
Para além de Frederico Silva e Gastão Elias, também Pedro Araújo (390.º no ranking de hoje, a sua melhor classificação de sempre) entrou diretamente no quadro principal e o mesmo poderá acontercer com Duarte Vale (474.º, também máximo pessoal) e Tiago Pereira (502.º, muito perto do seu melhor de 498.º), este último a grande figura do ténis algarvio masculino na atualidade. Vale e Pereira entrarão no quadro se não houver ‘special exempts’ ou se houver desistências de última hora.
A FPT irá ainda anunciar os ‘wild cards’, mas na lista de inscritos para a fase de qualificação surgem os nomes de Francisco Rocha, Diogo Marques, Tomás Luís, João Graça, Daniel Batista, Guilherme Valdoleiros e Miguel Pereira Lopes.
Para já, tudo indica que o primeiro cabeça de série venha a ser o francês Robin Bertrand, a ocupar a sua melhor classificação de sempre no ranking mundial (260.º ATP), campeão de 5 torneios do ITF WTT, 2 dos quais no ano passado. Foi também em 2024 que Robin Bertrand triunfou pela primeira vez no ATP Challenger Tour, na etapa 50 de Kachreti, na Georgia. Em 2022, este francês de 21 anos, de Nîmes, perdeu uma final em Castelo Branco (M15) com o português Jaime Faria.
Os Opens Internacionais de Ténis de Vila Real de Santo António têm-se cotado nos dois últimos anos como autênticos amuletos para os seus campeões. Em 2023, o francês Valentin Royer, que já tinha sido campeão europeu de sub-18, conquistou aqui o 3.º dos seus 8 títulos internacionais. Era 308.º e subiu a 286.º. No ano passado venceu o seu primeiro Challenger ATP na Roménia.
No ano passado, o espanhol Martin Landaluce, ainda ‘teenager’, já era conhecido por ter vencido um título do Grand Slam em juniores, o US Open de 2022, ano em que foi n.º1 mundial nesse escalão etário. Era 465.º ATP no início do toneio e subiu a 360.º, depois de averbar no Algarve o seu primeiro título internacional, o único do ITF WTT. Agora está no top-150 e, entretanto, até já se impôs num evento do ATP Challenger Tour, em Itália, onde, com apenas18 anos, tornou-se no mais jovem campeão espanhol de challangers, desde Carlos Alcaraz, também com 18 anos, no Oeiras Open de 2021.
Mas é claro que foram as duas vitórias portuguesas que mais destaque tiveram: Henrique Rocha em 2023 e Jaime Faria em 2024.
Em 2023, Henrique Rocha, também um ‘teenager’ precoce, veio da fase de qualificação como 858.º mundial e somou o primeiro dos seus atuais 7 títulos internacionais. Subiu mais de 200 lugares no ranking e foi o início de uma espetacular temporada de 2023, na qual colecionou 6 troféus no ITF WTT. No ano passado, venceu o seu primeiro título no ATP Challenger Tour em Espanha, fixou-se no top-160, foi suplente nas ATP NextGen Finals em Jeddah, na Arábia Saudita e, sobretudo, brilhou ao bater Casper Ruud, n.º9 mundial, na Taça Davis, na Noruega, uma das maiores vitórias de sempre do ténis português.
Em 2024, Jaime Faria, com apenas 20 anos, e 391.º ATP, venceu pela terceira vez um torneio do ITF WTT, mas pela primeira vez num M25. Foi o arranque de um sensacional e histórico percurso. Depois de Vila Real de Santo António, seguiram-se títulos em Faro, Quinta do Lago e Vale do Lobo, passando para 233.º ATP. Foi a primeira vez que um português venceu quatro semanas seguidas torneios equivalentes aos antigos Futures, embora há 30 anos Nuno Marques tenha feito isso nos chamados circuitos satélites. Hoje em dia, Faria está às portas do top-100. Em 2024 ganhou ainda os seus dois primeiros títulos no ATP Challenger Tour, em Portugal e no Brasil. E, recentemente, brilhou ao tornar-se no primeiro português a vencer um set a Novak Djokovic, na segunda ronda do Open da Austrália, depois de ter passado a fase de qualificação.
Vila Real de Santo António tem sido uma rampa de lançamento de novas carreiras do ténis nacional e mundial. Quem serão as duas estrelas deste ano? Uma coisa é certa, a cidade considera ela própria já ser uma campeã pela realização destes dois torneios. «Realizar estes dois eventos em Vila Real de Santo António, nesta altura do ano, é uma valorização para o parque desportivo da cidade e, ao mesmo tempo, uma atividade importante para o comércio e a hotelaria da região», disse o vereador do Desporto da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Álvaro Leal.
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