João Lucas Reis e o impacto de ter dado os parabéns ao namorado em público: «Foi normal para mim»

Por Bruno da Silva - Dezembro 16, 2024
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João Lucas Reis, número 401 da ATP aos 24 anos, viveu uma semana sob muito mais holofotes do que está habituado. Na última semana, o tenista postou nas redes sociais uma foto ao lado do namorado, o ator Guilherme Ricardo, tornando-se no primeiro tenista homem em atividade a assumir um relacionamento LGBTQ+. Ganhou mais de 14 mil seguidores no Instagram após o anúncio e, dias depois, neste domingo (15), venceu a Procopio Cup, torneio que valeu vaga no qualifying do Rio Open 2025, torneio ATP 500 que acontece em fevereiro.

Em entrevista ao ‘The Athletic’, ele falou sobre a repercussão do anúncio. “Foi tão normal para mim que eu nem pensei sobre isso. Eu só queria postar uma foto com ele. Tipo feliz aniversário, eu te amo. E aí, boom!“, disse o recifense após a conquista da Procopio Cup em São Paulo. “Foi uma semana louca, mas com um final perfeito. Eu não senti pressão. Estava feliz. Tinha o meu namorado comigo a apoiar-me. A minha equipa inteira estava aqui“.

João Lucas, que tem três finais de nível Challenger na carreira e já atingiu o 259º lugar no ranking, contou à reportagem que disse à família e amigos que era gay há cinco anos. “Antes disso, era difícil. Não podia falar muitas coisas para meus técnicos e meus amigos. Quando eu tinha 15, 16 anos, tive problemas para me aceitar. Quando tentei me amar, foi algo diferente. Mudou minha vida, mudou tudo, a relação com meus pais, com meus treinadores“.

Há poucos registos de tenistas homens que se assumiram LGBTQ+, mesmo após a retirada, enquanto no feminino existem vários nomes de destaque — as históricas Billie Jean King e Martina Navratilova entre as reformadas, e Daria Kasatkina e Greetje Minnen, entre as tenistas em atividade, por exemplo. Recentemente, Taylor Fritz falou sobre o assunto e garantiu que tenistas gays seriam aceites e apoiados no circuito.

Talvez se tivesse na altura da minha juventude tivesse alguém a jogar que tivesse dito: “sou gay, estou aqui, a competir em grandes torneios”, teria sido mais fácil para eu me aceitar e me amar. As pessoas têm-me dito que me admiram, que eu inspiro pessoas. É algo grandioso para mim e para eles, disse João Lucas.

O brasileiro admitiu que esperava alguma repercussão negativa, mas que recebeu “99,9% de apoio”, inclusive de vários jogadores, que já sabiam da relação antes do anúncio público. “Estou muito feliz que as pessoas me respeitam e que talvez até me admiram. Sei que terei muita atenção sobre mim, mas não quero ter que falar disso sempre“.

Iniciei minha carreira no Jornalismo em 2013, ainda como estudante, como redator no portal VAVEL Brasil. Completei minha graduação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2017. No ano seguinte, assumi a posição de editor-chefe da VAVEL. Desde 2019, sou repórter do jornal O Município, em Brusque, segundo maior portal de notícias em audiência no estado. Trabalho principalmente na cobertura de política, mas também em geral, esportes, entre outras editorias. Em pouco mais de três anos atuando no jornal O Município, fui reconhecido por três prêmios de jornalismo estaduais. Em 2022, conquistei o prêmio Sebrae e o Fiesc, que é considerado o mais importante do estado de Santa Catarina. Em 2021, venci o primeiro lugar regional e o segundo estadual no prêmio Fapesc de Jornalismo em CTI – Ciência, Tecnologia e Inovação. Desde o início de 2023, assumi como editor da versão brasileira do portal Bola Amarela, referência na cobertura de tênis em Portugal e no Brasil.