A emotiva mensagem de Zhang: «Se me tivessem dito para me retirar talvez tivesse acabado»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Outubro 1, 2024

Shuai Zhang está a viver um conto de fadas depois de passar por um pesadelo. A chinesa somou 24 derrotas consecutivas mas agora está nos quartos-de-final do WTA 1000 de Pequim, isto mesmo estando fora do top 500 aos 35 anos. Ora, numa conferência de imprensa em que se emocionou, Zhang falou sobre o que foi vivendo.

“Só tenho mais um torneio com ranking protegido. O meu treinador pediu para o Open da China e só tenho mais um que será em Wuhan. Antes deste torneio pensei ‘oh meu Deus, só tenho mais dois torneios’. Não sou uma super mulher com 24 derrotas seguidas. Em dois torneios voltei ao meu nível. Mas muita gente à minha volta dizia que ainda tinha nível de topo. Mas o meu ranking era 600. Como podia confiar? Ainda por cima depois de já ter voltado há sete meses. Como posso confiar que sou de topo quando sou 600?”, começou por atirar.

“Todos os dias acordo e vou para o court cedo. No US Open ou outro torneio qualquer, tento ser sempre a primeira a chegar ao court. Trabalho muito porque tenho o meu sonho, mas a sentir-me muito longe dele. Não sei. Às vezes, quando perco em singulares, fico triste na altura, mas no dia a seguir tento outra vez, outra vez, outra vez. Confio que quando trabalho muito os resultados vão aparecer. Mas às vezes perdi a fé porque o resultado nunca aparecia”, acrescentou.

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Num momento muito emotivo, Zhang agradeceu muito a confiança nela depositada. “O meu treinador sempre disse para eu confiar em mim. Ele disse que eu ia ganhar de certeza um dia, que podia continuar a ganhar muitos encontros como em 2016. Antes de ganhar pela primeira vez num Grand Slam, ele disse-me ‘sim, perdeste sempre na primeira ronda, mas quando ganhares, vais ganhar muito’. Isso tem-me ajudado muito. Se alguém me tivesse dito para me retirar talvez tivesse acabado. Agradeço mesmo que todos à minha volta tenham continuado a ser positivos. Sempre a dizerem que consigo e que sou capaz. Agora estou a confiar em mim”, rematou.

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O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt