Carlos Moya quer «recuperar a aura de invencibilidade» de Rafael Nadal

Por admin - Dezembro 21, 2016

Se, agora que estão juntos, Rafael Nadal e Carlos Moya pareciam destinados a unir-se em prol de bons e expressivos resultados, a verdade é que para o antigo jogador de 40 anos o cenário não era assim tão óbvio.

Moya, que orientou Milos Raonic durante este ano de 2016, admite nunca ter pensado em integrar a equipa técnica de Nadal. “Nunca pensei nisso, porque nem sequer sabia se queria vir a treinar”, começou por confessar o ex-número um mundial em entrevista ao jornal Marca. “Pensei que nunca contratasse ninguém, por ter o Toni Nadal e o Francis Roig. Sempre respeitei essa posição”.

Mas mudam-se os tempos, mudam-se as vontade e, por se manter o desejo dos triunfos, Moya será o trunfo do maiorquino de 30 anos para 2017. “O objetivo é recuperar a sua aura de invencibilidade. A conversa com ele convenceu-me, ambiciona voltar a ser o melhor”. Uma aura de campeão que reconhece em mais jogadores. “Diria que a tiveram Federer, Rafa e Djokovic. É verdade que Murray terminou como número um, mas tem de manter-se assim um ano para poder compará-lo com os outros”, acrescentou.

A prioridade, diz Moya, é manter Nadal “livre de lesões”, sublinha. “A nível tenístico, tem de recuperar a velocidade de cruzeiro que asfixiava os adversários, ganhar as bolas que tem de vencer e ser mais ofensivo. Ele tem um padrão de jogo definido e apesar de não já ter 20 anos ainda tem, do meu ponto de vista, bons anos pela frente”.


Essa é a diferença em relação ao Milos, que ainda não atingiu todo o seu potencial


“O objectivo é voltar a ser o melhor”, reitera, “e a vencer Grand Slams”, sem “desistir de nenhum torneio”. “Claro que Roland Garros é diferente de todos os outros, por causa dos nove títulos [que conquistou], mas o plano é ir torneio a torneio, porque ele já ganhou tudo. O primeiro será o Open da Austrália, e vai estar preparado”.

Amigo da família Nadal há largos anos, Moya acredita que a estreita relação que tem com o atual número nove mundial desde os seus 16 anos não vai ser um obstáculo nos seus planos. “vou exigir o máximo de alguém que já ganhou tudo. Essa é a diferença em relação ao Milos [Raonic], que ainda não atingiu todo o seu potencial. Acho que sermos amigos é uma vantagem, porque conhecemo-nos, e o Rafa sempre respeitou as pessoas que o rodeiam”.

Semanas ainda por definir

“A única certeza é que vamos começar no Open da Austrália”, revelou Moya, admitindo não saber ainda quantas semanas vai viajar com Nadal em 2017. “O Rafa sabe que me custa viajar muito, porque tenho família. Vou viajar menos do que viajava com o Milos”. Quanto à validade do contrato, o ex-jogador espera que seja vitalício. “Quando começamos nunca sabemos quando vai acabar. Esperemos que seja até ele terminar a carreira, mas os resultados é que mandam”.