Zverev: «É possível ser diabético e ter uma vida normal»

Por José Morgado - Janeiro 4, 2024

Alexander Zverev, número sete do Mundo e que esta semana está a competir na United Cup, foi entrevistado pela alemã ‘Tennis Magazin’ e falou sobre um dos temas mais sensíveis da sua carreira: o facto de ter diabetes. O alemão de 26 anos assegura ter aprendido a lidar com a doença ao longo dos anos, assegurando que esta situação nunca prejudicou o seu desempenho desportivo.

O campeão olímpico explica como tudo começou. “Eu era muito pequeno mas a lembro-me de a minha família contar-me que eu tinha um vírus grave e que tinha de vacinar-me como qualquer menino normal. O meu corpo teve uma reação depois da vacina: diabetes! Tinha apenas 4 anos, não comi durante dias. Apenas bebia. O meu açúcar esteve sempre incrível alto, mas não sabíamos até que os meus pais foram ao médico e lá confirmou-se tudo. Eu não conheço a vida sem diabetes. Foi sempre assim”.

O germânico explica como aprendeu a viver com a doença e a tornar-se mais forte. “Ninguém quer ter diabetes ou gosta de ter essa doença, mas acredito que ela te possa fazer mais forte. Tive de crescer rápido, assumir as minhas responsabilidades. E esta é para toda a vida. Quando me dizem que não posso fazer algo… tento demonstrar o contrário. Isto acontece no desporto, mas também na vida.”

E por que razão demorou tanto a contar que tinha diabetes? “Sentia-me incomodado com o tema. Em primeiro lugar, não queria ter uma desculpa no desporto. Não quero que isto seja um assunto. Ganha ou perca. Não queria que toda a gente soubesse, preferia mantê-lo em segredo. Injetava-me sempre com insulina no banho, não queria que ninguém soubesse que tinha uma doença. Há muita gente que não sabe o que é a diabetes. É possível viver com a doença e perseguir todos os sonhos”.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com