Gilbert: «É uma questão de tempo até um americano na final de um Slam»

Por José Morgado - Maio 16, 2023
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Brad Gilbert, histórico ex-jogador, treinador e comentador norte-americano, deu esta semana uma entrevista muito interessante ao site ‘Tennis Magazin’ onde fala do atual momento entusiasmante do ténis masculino norte-americano, depois de mais de uma década de seca ao mais alto nível.

SINAIS POSITIVOS NÃO SÃO DE AGORA

Em Wimbledon já tivemos um torneio de muito sucesso, com três jogadores nos oitavos de final, um deles nos quartos de final, acho que as coisas melhoraram lentamente nos últimos cinco anos. Já se passaram quase 20 temporadas desde a última vitória em Grand Slams masculino [Roddick no US Open 2004], mas estamos a fazer um bom progresso. A maioria dos nossos jogadores no top 100 tem atualmente 26 anos ou menos, eles empurram-se com Taylor Fritz a arrastar os outros a caminho do topo. É apenas uma questão de tempo até que alguém chegue a uma final de Grand Slam, e é o próximo passo.
OTIMISTA PARA O FUTURO

Eu não estou preocupado, o ténis sobrevive sempre. Esta temporada será interessante com a segunda parte do documentário da Netflix, bem como novos formatos e materiais que estão em andamento. O ténis tem várias estrelas lendárias e todas partilharam a mesma época, depois há as irmãs Williams que também fizeram história. Ninguém sabe quanto tempo Nadal e Djokovic ainda vão jogar, ou quem serão as estrelas que assumirão esse estatuto, mas o ténis sempre foi conduzido por jogadores lendários. É uma boa notícia que tenhamos muitos jogadores jovens agora, espero que os fãs se voltem para essas novas estrela.

QUEM É O GOAT?

Tanto faz qual a minha opinião sobre este assunto, cada adepto tem a sua opinião, o incrível é que estes três jogadores competiram ao mesmo tempo, é difícil de acreditar aquilo de que Rafa e Novak ainda são capazes, eles continuam a ganhar a maioria dos Grand Slams, isso é uma loucura. Apenas Dominic Thiem, Daniil Medvedev e Carlos Alcaraz se infiltraram nos últimos anos. Djokovic ainda está proibido de jogar alguns eventos e com Rafa ninguém sabe quantos anos ele pode ter, então essa análise terá que ser feita no dia em que eles se forem.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com