Moutet não quer rótulo de bad boy e diz que simplesmente não é perfeito

Por Pedro Gonçalo Pinto - Maio 11, 2023

Corentin Moutet é uma figura algo polémica no circuito ATP, isto depois de já ter estado envolvido em vários episódios. No entanto, o francês de 24 anos, atualmente no 67.º posto do ranking mundial, deu uma entrevista muito interessante onde fala desse rótulo de bad boy, dos seus sonhos e de muito mais.

OBJETIVO DE CARREIRA

O objetivo principal da minha carreira é retirar-me com a menor quantidade de arrependimentos. Quero encontrar um equilíbrio entre o circuito profissional e a minha vida privada, embora o meu sonho tenha sido sempre ganhar um Grand Slam. Não porque isso dê mais popularidade, mas porque quero experimentar as emoções que isso traz, além de deixar a minha família e amigos orgulhosos.

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NADAL É O SEU ÍDOLO

Nadal é um jogador especial em todos os aspetos. Pela sua alegria, forma física e mentalidade. Mostra sempre que há que ser ambicioso, há que estar orgulhoso do que alcanças, mas sempre a manter a humildade ao mesmo tempo. Quando o defrontei no Philippe Chatrier em Roland Garros foi um sonho de criança tornado realidade.

RÓTULO DE BAD BOY

Não sou um bad boy, simplesmente não sou perfeito. Cometi erros, aprendo com eles e lido com eles com normalidade. Se cometer erros, admito e não me engano a mim próprio nem a quem me rodeia. O ténis é um desporto individual, então não espero nada de ninguém, tenho a minha equipa comigo e é a eles que lhes pago. As pessoas vão dar sempre a opinião sobre o que devo ou não fazer, mas o mais importante é que a minha equipa e eu sejamos honestos entre nós.

SEM SE DEFINIR PELO SUCESSO

O circuito não sabe muito bem o que quer, se bem que quer jogo limpo e castigar os jogadores por má conduta. Mas claro, tudo o que Nick Kyrgios faz ajuda a promover o circuito, embora não possas ter ambas as coisas, há que escolher. Quando estou no court tento fazer o melhor possível, sem fingir que sou outra pessoa. Se jogar bem e ganhar não significa que sou boa pessoa, tal como se jogar mal e perder não significa que sou má pessoa. As pessoas confundem estas coisas, acham que se tens êxito é porque és boa pessoa. A vida não funciona assim.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt