Rublev: «Se Wimbledon quer ajudar a Ucrânia nós damos o nosso prize money»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Abril 21, 2022

Andrey Rublev foi dos primeiros tenistas russos que, publicamente, pediram o fim da guerra. Agora, falou abertamente sobre a decisão que o All England Lawn Tennis Club tomou, ao banir os jogadores russos e bielorrussos da edição deste ano. Muito emocionado com toda a situação, o número oito do ranking ATP não deixou nada por dizer.

“Primeiro de tudo, não sou político. Não sei nada. Não vejo as notícias, não estou a seguir nada porque trabalho duro para jogar ténis, esse é o meu trabalho. Vou tentar explicar o que sinto, desculpem a minha linguagem”, começou por afirmar.

“Tivemos uma chamada ontem com Wimbledon para falar da situação e sobre como podemos encontrar uma solução. Para ser honesto, as razões que deram não fazem sentido. Não há lógica para o que dizem. Eu percebia se o facto de nos banirem mudasse meio por cento do que se passa e ajudasse. Mas isto não vai fazer nada nem mudar nada. Isto é completa discriminação contra nós. Se eles são pela liberdade, esta decisão não é consistente com isso”, atirou em Belgrado.

Além disso, Rublev explicou que foi feita uma proposta para que permitam que russos e bielorrussos joguem. “Se querem mesmo ajudar a Ucrânia, então que pelo menos tenhamos a possibilidade de escolher se queremos jogar ou não. Se há uma declaração que temos de assinar, então por cima disso damos o prize money todo para ajuda humanitária, para as famílias que estão a sofrer, as crianças. Pelo menos isso muda alguma coisa. Se calcularem o dinheiro, pode ser mais ou menos um milhão de libras. É imenso dinheiro que nenhum outro desporto doou em dois meses. O ténis seria o único e seria através de Wimbledon. Eles ficavam com toda a glória e o respeito todo, mas não de nós, porque não querem saber dos jogadores”, sustentou.

Rublev rematou de forma clara. “No fim do dia, queremos competir, não estamos aqui para falar de política. Eu não tenho ideia nenhuma sobre isto. No fim do dia, sou russo, nasci na Rússia e vivi a vida toda na Rússia. Eu só quero mostrar que somos boas pessoas. Só quero ser humilde e mostrar que fui educado da maneira certa. Espero deixar tudo claro”, finalizou,

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt