Kyrgios arrasa outros tenistas em carta aberta: «Não se pode andar a dançar em cima das mesas»

Por José Morgado - Agosto 2, 2020
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Nick Kyrgios é um dos mais recentes nomes de relevância do ténis mundial a confessar que não vai competir no US Open, que arranca dentro de menos de um mês em Nova Iorque. O australiano de 25 anos informou o Mundo dessa decisão numa espécie de carta aberta, que leu para um vídeo colocado nas redes sociais. Kyrgios explica a sua decisão e deixa muitas críticas aos seus colegas que considera terem sido egoístas num período tão delicado como este. Nick não aponta nomes, mas os alvos são fáceis de identificar…

MENSAGEM COMPLETA:

“Querido ténis,
Vamos respirar e lembrar aquilo que é realmente importante, que é a saúde e a segurança enquanto comunidade. Podemos reconstruir o nosso desporto e economia, mas nunca poderemos recuperar as vidas perdidas. 
Não tenho quaisquer problemas com o facto de USTA organizar o US Open. E se os jogadores querem ir, é sua responsabilidade. Desde que todos ajam de forma própria e com segurança. Ninguém mais do que eu deseja que os empregos se mantenham. Falo do rapaz que trabalha no restaurante, dos empregados de limpeza e os responsáveis pelo balneário. Estas são as pessoas que mais necessitam que os seus empregos voltem. 
Mas tenistas, há que agir pelo interesse de todos e trabalhar em conjunto. Não podem andar a dançar em cima das mesas, ou a ganhar dinheiro pela Europa, ou a tentar ganhar dinheiro rápido organizando torneios de exibição. Isso é extremamente egoísta. Pensei por uma vez que seja nas outras pessoas. Este vírus também é sobre isso. Hajam com responsabilidade.
Não vou jogar o US Open. Dói-me o coração, mas fico de fora pelas pessoas, pelos meus australianos, pelos milhares de norte-americanos que perderam as suas vidas, por todos vós.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com