“Achava que tinha ganho”, lembra Coria sobre um dos melhores encontros da história contra Nadal

Por Bola Amarela - Maio 17, 2020
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Guillermo Coria, antigo top 3 mundial, recordou este domingo em entrevista à ‘Radio Cut’, a épica final de cinco horas no ATP Masters 1000 de Roma, em Itália, num fim-de-semana que seria de finais no Foro Itália. Rafael Nadal acabou por triunfar por desgastantes 4-6, 6-3, 3-6, 6-4 e 7-6 e venceu o seu primeiro de oito troféus na capital transalpina.

“Ganhava por 3-0 no quinto set, havia acabado de fazer o break depois de quatro horas e meia de jogo e estávamos a matar-nos um ao outro. Olhei para o outro lado para ver como ele estava: parecia a derreter no banco, com as mãos destruídas, constantemente a olhar na direção da sua box, em direção ao tio. Naquele momento, pensei que já tinha ganho, só precisava empurrar um pouco mais, mas o árbitro da cadeira disse ‘tempo’ e vi o Rafa a correr como um tiro na minha frente. Eu nunca vi uma pessoa a correr tão rapidamente”, revelou.

Coria não esconde que cedeu mentalmente. “Isso congelou-me, apesar de ter tido ponto para 4-0. Foi um jogo muito longo, mas perdi-o e ficou 3-1 para mim. E perdi o seguinte ara ficou 3-2. A partir daí tudo mudou, o jogo ficou muito equilibrado. Mais tarde, já no tie-break, eu estava a perder por 5-2 ou algo assim, mas consegui empatar a 6-6. Acabei por perder, mas ele foi o vencedor justo. Mereceu pelo modo como reagiu e por tudo o que veio depois”.

O argentino lembra como na altura Nadal ainda não era tão conhecido. Semanas depois, ganharia Roland Garros. “Naquela época, não conhecíamos muito o Rafa, era o ano em que ele explodiu. Com estes torneios, ele provou ter a força e a energia que acabou por mostrar mais tarde. Isso matou-me”.

Este encontro acabou por ser o início do fim da carreira de Coria: “Eu estava a regressar de uma operação e recaí um pouco dessa lesão, caí um pouco emocionalmente e foi difícil para retomar. Tive uma carreira curta, embora muito intensa. Ganhei muito mais troféus do que eu jamais poderia imaginar, foram 3-4 anos muito intensos. Hoje ainda estou muito feliz com a trajetória que tive ”, confessa com orgulho.

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