[VÍDEO] Há 27 anos, Monica Seles foi esfaqueada em pleno court

Por José Morgado - Abril 30, 2020
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30 de abril ficará sempre na história como um dos dias mais negros do panorama tenístico. Em 1993, Monica Seles, então uma menina prodígio de 19 anos que já contava com oito (!) títulos de Grand Slam no seu palmarés e parecia desafiar o estatuto de Steffi Graf como a melhor da história, foi esfaqueada em pleno court durante o torneio de Hamburgo por um fanático de Graf, que no momento da sua prisão afirmou ter atacado a norte-americana de origem sérvia pelo facto de não querer que esta destronasse Graf.

Gunther Parche, alemão que tinha 38 anos na altura, foi preso instantes após o ataque e três meses depois foi liberado pela justiça alemã que se justificou alegando que Parche comprovadamente sofria de insanidade mental. O agressor manteve sempre a sua tese de que o ataque se deveu ao facto de este não querer que Graf perdesse o seu estatuto de melhor do Mundo.

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A verdade é que Seles acabou mesmo por perder a liderança do ranking mundial dois meses depois do ataque, pois as suas colegas votaram contra o congelamento do seu ranking. Só a argentina Gabriela Sabatini, outra das grandes estrelas da altura, se absteve na votação.

Monica, vencedora de todos os Grand Slams menos Wimbledon (perdeu na final de 1992 com Graf, num encontro em que muito pressionada pela imprensa tentou não gritar e foi arrasada) ainda voltou em 1995, com alguma qualidade, mas nunca mais foi a mesma. Venceu o Australian Open em 1996, foi ‘vice’ no US Open 1995 e 1996 e ainda em Roland Garros 1998, com o seu último grande resultado a ser o bronze olímpico em Sydney’2000, com 27 anos, pouco antes de se retirar de vez, em 2003.

Seles terminou a sua carreira como a quinta tenista que mais tempo passou no topo do ranking mundial e aquela que conquistou mais títulos de Grand Slam antes de chegar aos 20 anos — homem ou mulher. Nunca saberemos como teria sido a sua carreira sem o ataque de 1993.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com