Kyrgios arrasa Djokovic: «Tem uma obsessão doentia por ser adorado»

Por José Morgado - Maio 15, 2019
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Nick Kyrgios foi protagonista esta quarta-feira de uma entrevista que promete fazer correr muita tinta nos próximos dias. O australiano de 24 anos falou com o jornalista Ben Rothenberg para o seu podcast ‘No Challenges Remaining’ e deu a sua opinião nua e crua sobre algumas estrelas do ténis mundial, sendo que as suas palavras sobre Novak Djokovic foram… as mais polémicas.

“Ele tem uma obsessão doentia por ser adorado. Quer ser como o Roger Federer. Eu sinto que quer tanto ser adorado que se torna um pouco ‘vergonha alheia’. Ele é uma lenda do desporto, provavelmente vai passar o Roger Federer em Grand Slams, mas não consigo aguentá-lo. Estamos a falar de alguém que um dia desistiu de um Australian Open porque estava calor. Ele até pode bater todos os recordes de Federer, mas nunca será o melhor de sempre. Lamento, mas já joguei com os três e se não me consegues ganhar, não podes ser o melhor de sempre. Aquilo que treino é zero comparado com ele”, disparou o tenista que lidera o confronto direto diante de Djokovic por 2-0.

Kyrgios acredita que Djokovic vai passar o recorde de Grand Slams de Federer mas diz que nem nesse dia poderá ser considerado o melhor de sempre. “Para mim o Roger será sempre o melhor de sempre e o Rafael Nadal também uma lenda pelos 11 títulos em Roland Garros e pela forma como adaptou o seu jogo à relva para ganhar Wimbledon. O Djokovic não me cai bem. Diz sempre aquilo que tem de dizer para parecer bem, nunca diz a sua opinião. Não é uma má pessoa, mas há coisas nele que me matam. Se lhe ganhar mais alguma vez com fazer a celebração dele na cara dele.”

O australiano detalha aquilo que mais aprecia em Federer. “É o melhor de todos os tempos, o talento que ele tem é anormal. Comentei uns encontros dele no Australian Open e a forma como ele se move e lê o jogo é anormal. Há muita gente que modelou o seu jogo por ele. Toda a gente que queira ter sucesso no ténis quer ser como ele.”

Sobre Rafael Nadal, as palavras também não são fantásticas. “O Nadal é o meu oposto total e é super ‘salgado’, especialmente quando perde. Sempre que perde diz que eu não o respeito, nem os fãs, etc. Fiquei baralhado com algumas das coisas que ele disse. Penso que não lhe ficou bem e depois o Tio Toni veio dizer que eu não tinha educação. Eu andei 12 anos na escola. Nunca vou ser como o Rafa, somos diferentes. Os fãs dele também não têm respeito por mim. Adoro o Feliciano López, adoro a Carla Suárez Navarro. Somos muito amigos.”

 

 

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com